27/10/2005

Eu ligo o rádio, e blá-blá



"98, a rádio do ano!" era o slogan oportunista da 98FM quando eu tinha uns 13 anos. O ano, óbvio, era 1998. Era uma época em que o rock brasileiro ainda não tinha desandado de vez e eu escutava muito a 98. Cheguei a "participar" algumas vezes dum programa que passava de tarde, o Gozação, em que o locutor fazia uma pergunta e lia as melhores respostas no ar. Lembro no dia que leram a minha. Era pra inventar um novo significado para uma palavra da língua portuguesa.

- O Lucas, do Nova Granada, mandou: detergente. Ato de prender um indivíduo suspeito (obs: copiei essa da internet) Lucas Mitre Paio... é isso mesmo? Se não for, a culpa é da telefonista.

Ficava imaginando como seria lá dentro da rádio. Provavelmente um amplo e enorme estúdio, cheio de gente pra lá e pra cá.

Aos poucos, a magia foi se esvaindo, e não falo da programação da rádio, apenas um triste reflexo da decadência do pop rock mainstream nacional. Falo da idéia que a gente faz das coisas quando só se ouve. Tipo o Marcelo Pêra, o locutor mais figurinha carimbada da época. Vi a cara dele pela primeira vez no telão de um Pop Rock, em pleno Mineirão, e descobri que o dono da voz que tanto conhecíamos era um gordão esquisitaço de cabelos brancos.

Já a idéia de uma rádio grande e ultra-movimentada foi pelo ralo quando visitei a rádio Transamérica há dois anos, para um trabalho de faculdade. Um estudiozinho pequeno e um bando de salinhas com papéis empilhados nas mesas. Só. Nos domingos, aliás, não ia ninguém na rádio, o computador fazia tudo sozinho.

Acabei indo visitar a 98 muito por acaso, por conta de uma promoção da qual participei no show do Los Hermanos sapassado. Uma amiga minha, que trabalha na rádio, tava lá na porta tirando fotos da galera, e bateu uma fotografia minha com meus amigos. A foto foi selecionada e fui premiado, sabe-se lá por que motivos. Fotogenia? Sorte? Peixada?.

Hoje, depois do almoço, fui na rádio receber meu "kit 98" com meus colegas de trabalho. Minha amiga ainda nos guiou num rápido tour pelas redondezas. Na parede, por exemplo, guitarras autografadas por instrumentistas famosos e renomados. Não sei qual eu gostei mais, se foi a do Dinho Ouro Preto ("do caralho!") ou do Felipe Dylon ("Salve salve rock´n´roll!"). Ainda pudemos ver em ação um dos locutores da 98, Gilbert, que parece o Paulo Bonfá do Rock Gol com um cabelo loiro e espetado. É muito estranho ver um rosto absolutamente incomum com uma voz tão familiar. Fico imaginando no dia em que vir na tevê o dublador do Chaves.

O tal kit, afinal de contas, era composto por: um boné; um chaveiro da 98; um chaveiro do Pop Rock; um bloquinho de anotações do Pop Rock Brasil. De 2004! Encalhe? Imagina...

Pelo menos, meu brinde não foi um cd do Manitu.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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