23/02/2006

Pedra que rola não cria musgo



Stones em Copa: a resenha de quem viu ao vivo
por Bruno Paio, nosso enviado especial no Rio

Cheguei no Rio na sexta com alguns amigos. Fomos ao local do show: mega estrutura sendo montada, galera acampando, passagem do som e teste do palco “andante”. Fizemos os planos para o dia seguinte. Acordamos no sábado, almoçamos e fomos pro Copacabana Palace por volta de 13h.

O clima pré-show estava muito ducaralho! Galera de tudo quanto é lugar, de tudo quanto é jeito, de todas as idades, “um encontro de gerações” (que chavão hein?). Ambulantes vendendo tudo quanto é lembrança do show: camisas, faixas, pulseiras, gorros, bandanas, além de binóculos vagabundos (quiçá descartáveis) pra ver o show. Zeca Camargo aparecendo na varanda, uma mulher que pareceu ser a Luciana Gimenez, e altos paparazzi com lentes gigantescas mirando pra dentro do hotel onde estavam os pedras rolantes. Ficamos debaixo de árvores bebendo e esperando o sol baixar. Por volta das 17h fomos andando em direção ao palco e estacionamos na ciclovia / calçada.

Começou-se então a chegar gente, e gente, e mais gente. Impossível andar mais de 10cm... Ficamos do lado esquerdo do palco, mais ou menos a uns 200m e 45° em relação ao meio do palco. Durante os shows de abertura (nada digno de nota), surge um problema – como ir aos banheiros? Em seguida a solução: latinhas e... chão! Ficamos mijando no chão até o fim do show. Nojento...

Eis que as 21h50 começa o show Deles. Foi aquele alvoroço! Vimos o show quase todo pelo telão. Mas valeu a pena! Começaram tocando as musicas antigas, mesclando com novas e depois veio a seqüência de hits "Sympathy for the Devil", "Start me Up", "Brown Sugar", "You Can´t Always Get What You Want" e finalizando obviamente com "Satisfaction" (única música que todas as pessoas que estavam na praia conheciam. Se não fosse de graça pelo menos metade do público não estaria presente.)

As músicas foram todas bem executadas, afinal eles as tocam há milhares de anos... mas quanto à performance, com exceção do Mick e alguns momentos de Keith, os outros pareciam robôs. Mesmo assim ainda é impressionante como ainda conseguem fazer shows... Ainda acho que o repertório poderia ter sido melhor (e não conheço nem 30% das coisas que eles gravaram), mas no geral foi bom.

Voltamos para o apê imundos, nojentos, fedendo, e eu ainda estava descalço (perdi meu chinelo). Todos inebriados pelo mais puro rock’n’roll.

Stones na Globo: a resenha de quem viu pela tevê
por Lucas Paio, diretamente de Beautiful Horizon

Turma da faculdade reunida na casa da Mariana. Conforto total: televisão grandona, sofá aconchegante, cerveja gelada, pimentinha. Mas era inevitável bater aquela vontade doida de estar lá. Se não estamos, fazer o quê? Beber, lógico. Cheguei a misturar cerveja, rum e coca-cola no mesmo copo. O show começou exatamente após o Big Brother, com hits permeando todo o setlist, e algumas desconhecidas no recheio. Chato eram os intervalos comerciais, mas tudo bem, deve ser pra fazerem massagem cardíaca nos caras, sei lá. Talvez por ingenuidade, talvez pela bebida, nem passou pelas nossas mentes, na hora, que o show pudesse não ser ao vivo. Só descobrimos na segunda-feira que havia uma meia hora de atraso na transmissão. Tudo bem, you can´t always get what you want. Observações finais: Keith Richards é um dos caras mais legais do mundo. Zeca Camargo é um dos caras mais chatos do mundo.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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