04/06/2006

De gol em gol, com direito a replay



Resolvi comprar um guia da Copa, daqueles que nos abastecem com utilíssimas tabelas de jogos, insólitas curiosidades dos torneios anteriores e os tradicionais comentários e expectativas sobre cada seleção. Afinal, como dizer que faltarei ao trabalho porque tenho cidadania de Trinidad e Tobago e preciso porque preciso assistir também aos jogos da grande potência caribenha, se não sei nem que seu maior destaque é Dwight Yorke e joga no time australiano de Sydney?

A diversidade na seção de revistas da livraria impressionava. Os preços iam de R$3,50 a R$11,90, e o conteúdo acompanhava a variação: enquanto o guia oficial da Fifa, o guia da Placar e o especial da Veja eram repletos de entrevistas, notícias e diagramação arrojada, a revistinha de R$3,50 parecia visar mais o público de uma Contigo, com o Kaká na capa e as várias páginas dedicadas aos adesivos do Brasil.

Escolhi o melhor custo/benefício: por R$4,50 não pude ter acesso a notícias de última hora ou designs fora do usual, mas levei pra casa informações preciosas como o ranking da Fifa (205 seleções, do Brasil à Samoa Estadounidense) e o resultado de todos os jogos de todas as competições anteriores, ao melhor estilo Sports Almanac. Onde mais eu poderia encontrar a lista com todas as partidas de Copas do Mundo que Belo Horizonte já sediou?

(Não é lá uma lista muito extensa:

25/06/1950 (Independência) – Iugoslávia 3 x 0 Suíça
29/06/1950 (Mineirão) – Estados Unidos 1 x 0 Inglaterra
02/07/1950 (Mineirão) – Uruguai 8 x 0 Bolívia)

Os comentários sobre cada time também são de grande valia e dão uma idéia do que podemos esperar de alguns de nossos temíveis adversários. Por exemplo:


Austrália
A maior motivação para o mundial de 2006 para os australianos é marcarem o primeiro gol do país na competição – pois em 1974 o ataque passou em branco.


Togo
Pelo que vem demonstrando em campo, a equipe deverá ir a passeio para a Alemanha, com um elenco fraco e raros destaques.


Trinidad e TobagoA seleção, estreante em mundiais, vai à Copa para aprender e não tem maiores pretensões – sequer de passar para as oitavas-de-final.

É. Talvez seja melhor mudar minha dupla cidadania. Quem sabe Gana?

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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