01/04/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 13


UM BARCO E NOVE DESTINOS (Lifeboat, EUA, 1944, dir. Alfred Hitchcock)
Um dos filmes-experimentos de Hitchcock, feito bem antes de Festim Diabólico e Janela Indiscreta. Neste aqui, a ação se passa toda em um barquinho no meio do oceano, depois do naufrágio de um navio. Sessenta anos antes de Lost, temos sobreviventes tendo que lidar com um bebê, uma amputação improvisada, traição e disputas pela liderança. Um filme meio esquecido do tio Alfred, que vale a pena desenterrar. Nota 4/5


A CONVERSAÇÃO (The Conversation, EUA, 1974, dir. Francis Ford Coppola)
Coppola estava particularmente inspirado nessa época: A Conversação foi dirigido entre os dois primeiros O Poderoso Chefão, e também é um filmaço. Parte estudo de personagem (Gene Hackman faz um especialista em escutas paranóico e antissocial), parte trama intrincada construída com extrema competência. O filme usa um recurso narrativo que acho genial – repete várias vezes a tal conversa do título, gravada em fita, e cada vez ela parece se encaixar de forma diferente com o que está sendo mostrado. Este é daqueles filmes que, quando termina, imediatamente dá vontade de começar de novo. Nota 5/5


DEIXA ELA ENTRAR (Låt den Rätte Komma In, Suécia, 2008, dir. Tomas Alfredson)
Em tempos crepusculísticos, é sempre bom ver um filme de vampiro que respeita a mitologia clássica das criaturas – temem a luz, precisam ser convidados para entrar em uma casa. Deixa Ela Entrar também acerta na atmosfera fria (bom, filmar na Suécia ajuda bastante) e em não ficar explicando a história pregressa dos personagens – nunca descobrimos a real natureza de Eli nem de sua relação com o homem que mora com ela. O que interessa aqui é a história de Oskar, do bullying que ele sofre e de como uma presença vampiresca pode mudar essa situação. Nota 4/5


TODOS DIZEM EU TE AMO (Everyone Says I Love You, EUA, 1996, dir. Woody Allen)
Um musical em que os personagens não cantam bem – pra se ter idéia, até o próprio Woody Allen arrisca seus versos tímidos. As cenas não musicais me atraíram mais, principalmente as cenas em Veneza em que Woody tenta pegar a Julia Roberts fingindo conhecer todos os seus segredos. Mas o final, em que Woody dança com Goldie Hawn na beira do Sena, está entre as cenas de musicais mais marcantes que já vi: simples, mas cheia de efeitos especiais; totalmente irreal, e igualmente poética. Nota 4/5


A BOLHA ASSASSINA (The Blob, EUA, 1988, dir. Chuck Russell)
Um filme ruim? Sim, mas daqueles bem divertidos. O elenco, encabeçado por Kevin Dillon (o irmão mais feio e menos famoso de Matt Dillon) e a bonitinha e inexpressiva Shawnee Smith, só está lá para ser fagocitado pela bolha alienígena que se alimenta de gente e não pára de crescer. As cenas trash vão ficando cada vez mais exageradas e lembram os trabalhos de Peter Jackson no início da carreira (Náusea Total, Fome Animal). Mas o filme não se diverte só com elas, investindo também em cortes cômicos que lembram de alguma forma a bolha assassina, como um menino comendo gelatina molenga e um casal dando um beijo bem molhado. Vale conferir para dar umas risadas, de preferência de estômago vazio. Nota 3/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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