28/05/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 20

E finalmente chego aos 100 filmes!


BASTARDOS INGLÓRIOS (Inglourious Basterds, EUA/Alemanha, 2009, dir. Quentin Tarantino)
O pano de fundo da Segunda Guerra é mera desculpa pra criar cenas de puro entretenimento, mostrar personagens absurdos e cativantes e homenagear o cinema. Para cada cena tensa (a que abre o filme em uma pacata fazenda francesa, ou a longa, mas sempre interessante, seqüência na taverna) há momentos impagáveis, como Brad Pitt falando italiano e todas as aparições do coronel Hans Landa. O respeito aos idiomas é raro de se ver no cinema americano e aqui desempenha um papel fundamental – é impossível imaginar este filme dublado. As referências cinematográficas às vezes são exageradas (todos os personagens, até os mais improváveis, parecem ser grandes conhecedores do assunto) mas não chegam a atrapalhar. E a catarse do final é a cereja do bolo, quando Tarantino mostra que está cagando pra História e que seu único compromisso é com o espectador. Nota 5/5


O ANJO EXTERMINADOR (El Ángel Exterminador, México, 1962, dir. Luis Buñuel)
​A proposta é surrealista, mas a execução é quase tradicional, tirando as pequenas voltas no tempo que ocorrem principalmente no início. Este é o clássico filme em que os convidados de uma festa não conseguem mais sair da casa – não que haja um impedimento físico de verdade, porque não há. Buñuel, obviamente, não oferece explicações, e você pode encaixar sua metáfora preferida. Particularmente não me agrada o final do tipo "vai começar tudo novamente...", mas não vou ficar catando pêlo em ovo. Nota 5/5


O DIA EM QUE A TERRA PAROU (The Day the Earth Stood Still, EUA, 1951, dir. Robert Wise)
Um alienígena vem para a Terra avisar que, se não pararmos de guerrear uns com os outros, sofreremos a ira da comunidade extra-terrestre. Uma ficção-científica que surpreende por levantar questões políticas em plenos anos 50, ainda gerou elementos icônicos como o design do robô Gort e a frase "Klaatu barada nikto". Nota 4/5


AS TARTARUGAS NINJA II - O SEGREDO DE OOZE (Teenage Mutant Ninja Turtles II: The Secret of the Ooze, EUA/Hong Kong, 1991, dir. Michael Pressman)
Talvez seja um dos filmes que mais vi na vida, rivalizando com Pânico e os três De Volta Para o Futuro. Eu tinha em VHS, gravado da Sessão da Tarde, e até hoje sei grande parte dos diálogos de cor, mas acho que esta é a primeira vez que vejo no idioma original. Não faz tanta diferença: a trama continua fraquinha, o Destruidor é um vilão incompetente (só recruta tapados para sua gangue, e até os monstros que cria viram tiros pela culatra), e nenhum bandido tem a idéia de dar um tiro nas Tartarugas – parece que na Nova York dos anos 90 tudo só se resolvia na base do chute. Por outro lado, o clima de galhofa torna o filme divertido (tem até participação do Vanilla Ice!), as Tartarugas têm vozes, feições e personalidades fáceis de diferenciar e eu ainda curto a trilha, da qual tenho o CD lá em casa até hoje. Tartarugas II definitivamente não é um grande filme, mas é um filme do coração. Nota 3/5


AS TARTARUGAS NINJA (Teenage Mutant Ninja Turtles, EUA/Hong Kong, 1990, dir. Steve Barron)
Superior às seqüências, é uma história introdutória divertida e tem a vantagem de inserir na comédia a pitada emocional da relação entre as Tartarugas e o Mestre Splinter. Só uma observação: é difícil reivindicar verossimilhança num filme com tartarugas adolescentes mutantes, mas o Splinter aprender ninjutsu ANTES de ter contato com o ooze é meio demais, não? Nota 3/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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