19/06/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 25


 

O SEGREDO DO ABISMO (The Abyss, EUA, 1989, dir. James Cameron) 
A obsessão de James Cameron pelo fundo do mar parece ter começado aqui. Depois ele usaria Titanic como desculpa para visitar (várias vezes) os destroços do navio, faria diversos documentários sobre o tema e desceria sozinho ao ponto mais profundo do oceano. O Segredo do Abismo não está entre seus melhores (que pra mim é a trinca Terminator 2, Aliens e, sim, Titanic) mas, quando quer, se torna um filmaço. A primeira metade tem um roteiro mais confuso, que só se encontra mesmo quando a ficção científica dá as caras (a água que muda de forma é um prenúncio do que viria em T2). Dali em diante o filme vira um sci-fi de primeira, com momentos tensos (e vá lá, um pouco piegas) entre o casal de protagonistas e um final surreal, mas eficaz, que é descendente direto de O Dia em que a Terra Parou. Nota 4/5 


A CAÇADA AO OUTUBRO VERMELHO (The Hunt for Red October, EUA, 1990, dir. John McTiernan)
Estréia cinematográfica de Jack Ryan, que depois seria vivido por Harrison Ford e Ben Affleck, e aqui é um Alec Baldwin quase sempre calmo e compreendendo a situação. O fio principal da trama é intrigante, com o capitão russo que quer pedir asilo nos EUA. Mas sinceramente, achei o roteiro confuso, com muitos jargões navais e personagens parecidos. Não ajuda a opção por colocar os russos falando em inglês, mas como se na verdade estivessem falando russo – quando Jack Ryan finalmente encontra o capitão (Sean Connery, que sequer tenta fingir um sotaque diferente), já não sabemos que diabo de língua eles estão falando. É um bom filme, mas me deixou com pouca vontade de conferir outras adaptações de Tom Clancy. Nota 3/5

 

DURO DE MATAR 2 (Die Hard 2, EUA, 1990, dir. Renny Harlin) 
Seguindo a estrutura básica (alguns diriam "fórmula") do primeiro, Duro de Matar 2 transporta a ação para um aeroporto e não decepciona: há porradaria nas esteiras de bagagens, uma tragédia que McClane não consegue evitar e um clímax onde há muito mais em jogo que no filme original. Se os vilões não chegam a arranhar a lembrança de Hans Gruber (mal que também acometeria os filmes seguintes), o carisma de Bruce Willis, como o herói de ação que corre devagar porque é fumante e mantém o hábito de falar consigo mesmo ("John, que porra você tá fazendo em cima da asa desse avião?") continua o ponto alto e vale a conferida. Yippie ki ay, motherfucker. Nota 4/5


DURO DE MATAR - A VINGANÇA (Die Hard: With a Vengeance, EUA, 1995, dir. John McTiernan)
Agora a ação acontece em toda a Nova York, e não mais confinada em um só lugar. Se isso tira o que era uma marca registrada da série até então, a correria desenfreada de lá pra cá rende bons momentos, como o "atalho" pelo Central Park. A ausência da esposa, que nos outros era o motor que levava McClane a tomar atitude, é compensada de certa forma pela presença de Samuel Jackson como uma espécie de sidekick (e fazendo basicamente o mesmo papel que ele sempre repete, de Pulp Fiction a Serpentes a Bordo). O filme tem sua parcela de tropeços, como as conveniências de roteiro (um caminhoneiro especialista em história americana?) e a gagueira constrangedora de Jeremy Irons, mas nunca deixa a peteca cair. Nota 4/5


VALENTE (Brave, EUA, 2012, dir. Mark Andrews & Brenda Chapman)
O elenco é divertido: uma princesa não corresponde aos padrões Disney de beleza ou de subserviência a um príncipe encantado, um rei bonachão, trigêmeos peraltas e a rainha que tem seus melhores momentos quando se descobre "transmogrificada" (dica: o título original do projeto era The Bear and the Bow). Há gags muito boas, como a secretária eletrônica movida a bruxaria e os nomes-referências dos clãs (Macintosh, MacGuffin). O ponto fraco é mesmo o roteiro, que atira pra todo lado: a cada vinte minutos, um plot é abandonado para dar lugar a outro – os pretendentes da princesa, por exemplo, são muito pouco aproveitados. Se com isso o filme nunca fica chato, por outro lado falta coesão. Não que todo filme da Pixar tenha que ter o brilhantismo do final de Ratatouille ou do início de Up, mas, por mais que eu tenha achado Valente um bom entretenimento e deteste admitir, a Pixar pode fazer muito melhor. Nota 3/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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