01/07/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 26

 

DURO DE MATAR 4.0 (Live Free or Die Hard / Die Hard 4.0, EUA/Reino Unido, 2007, dir. Len Wiseman) 
O quarto Duro de Matar elimina toda a aura de anos 80 da série e é claramente um produto dos anos 2000: a fotografia esverdeada pós-Matrix, a tecnologia capaz de controlar o mundo como na franquia Bourne. É bacana ver um Bruce Willis cinqüentão voltando à pele de John McClane e fazendo suas peripécias improváveis (o carro despencando no fosso do elevador que muito lembra Jurassic Park, o confronto entre um caça e o caminhão), há boas sacadas como a mensagem terrorista editada a partir de discursos de presidentes dos EUA (idéia chupada de vídeos do YouTube) e o elenco de apoio (o sidekick shialabeoufiano, a filha que entra pra compensar a ausência de sua mãe) não é muito memorável, mas não incomoda. Duro de Matar 4.0 pode não trazer nada de novo, mas não faz feio ante seus predecessores. Nota 3/5

 

PONTO FINAL - MATCH POINT (Match Point, Reino Unido/Luxemburgo, 2005, dir. Woody Allen)
Primeiro Woody que vi na vida (é, eu comecei tarde), cresceu muito na revisão. É um irmão mais novo de Crimes e Pecados, com Jonathan Rhys-Meyers fazendo uma versão jovem e mais calculista de Martin Landau (e Scarlett Johansson, uma contraparte bem mais sexy de Anjelica Huston). Allen considera este um dos melhores que ele já fez, e na minha lista também ocupa agora uma posição privilegiada. Nota 5/5


BATMAN BEGINS (EUA/Reino Unido, 2005, dir. Christopher Nolan)
Embora eu curta os filmes de Tim Burton (principalmente o tão malhado Batman – O Retorno), este foi o que mostrou ao mundo – acostumado com as galhofas da série de TV e alienado pelas trapalhadas de Joel Schumacher – o verdadeiro Batman dos quadrinhos. A opção pelo excesso de vilões (Joe Chill, Carmine Falcone, Espantalho e dois Ra's al Ghul) acaba ajudando a focar mais em Bruce Wayne e seu processo de tornar-se o Homem-Morcego. Um filme sólido, que ajudou tanto a apagar da memória o Batman dos anos 90 quanto a pavimentar o caminho para uma seqüência ainda melhor. Nota 4/5

 

BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS (The Dark Knight, EUA/Reino Unido, 2008, dir. Christopher Nolan) 
Taí um filme que não dá folga para o espectador. Da introdução com o assalto ao banco, que nos apresenta ao Coringa, até o confronto final com o Duas-Caras, são duas horas e meia sem pausa para respirar, e a trilha sonora só contribui para não deixar a tensão morrer. Todos os acertos de Batman Begins retornam aqui, com ótimas adições (Harvey Dent protagoniza o verdadeiro arco do filme, enquanto o Coringa de Heath Ledger já recebeu tantos elogios que nem vou falar mais nada) e substituições eficazes (Maggie Gyllenhaal é uma Rachel Dawes mais feia, mas com muito mais presença). Se nenhuma revisão em DVD conseguiu reproduzir com exatidão a experiência de ver O Cavaleiro das Trevas no cinema, ele permance um filmaço, e não só dentro do subgênero de super-heróis. Nota 5/5


MEMÓRIAS (Stardust Memories, EUA, 1980, dir. Woody Allen)
Ainda que seja um filme sério, Memórias funciona como uma grande piada de Woody Allen em relação a sua própria carreira – o cineasta tentando criar obras fellinianas, a platéia que prefere seus "filmes mais antigos, mais engraçados". O filme é uma colagem de trechos de filmes de Sandy Bates (o personagem de Woody), sonhos, alucinações e, claro, memórias. E com isso, por mais que tenha boas piadas ("Não sou narcisista. Narciso não é o personagem da mitologia com quem mais me identifico." "E quem é, então?" "Zeus."), reflexões interessantes sobre carreira e relacionamentos e uma bela fotografia em preto-e-branco que valoriza silhuetas e sombras, falta-lhe uma estrutura mais coesa para que a gente se envolve com a história e o protagonista. Ironicamente, é um filme que não fica na memória. Nota 3/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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