21/11/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 36


O PODEROSO CHEFÃO - PARTE III (The Godfather – Part III, EUA, 1990, dir. Francis Ford Coppola)
Subestimado e injustamente malhado, O Poderoso Chefão III é um filmaço que, sim, faz jus aos dois anteriores, Sofias Coppolas à parte. Al Pacino carrega o filme nas costas e quase dói ver Michael tentando se redimir no final da vida (rola até uma confissão ao padre!) e virtualmente impossibilitado. Se a falta de Robert Duvall é bem sentida, o filme é cheio de homenagens aos dois anteriores (as participações de Johnny Fontane, o padeiro Enzo e a ex-amante de Sonny; o retorno à Sicília; o filho de Michael tocando o tema de Apollonia ao violão) e Andy Garcia é um herdeiro digno de James Caan. E a cena final, com Michael "gritando em silêncio" e a montagem das mulheres de sua vida ao som de Cavalleria Rusticana é tristíssima e excepcional. Nota 5/5


TIROS NA BROADWAY (Bullets Over Broadway, EUA, 1994, dir. Woody Allen)
Uma ótima "comédia de gângsters" de Woody, que brinca com o conceito de talento ao colocar Chazz Palminteri no papel de um criminoso comum que é surpreendentemente bom em dar pitacos teatrais. Os conflitos entre John Cusack, Palminteri, o chefão Joe Viterelli, a estrela Dianne Wiest e a novata de voz irritante Jennifer Tilly são bem desenvolvidos e o filme só peca no final, que ironicamente é teatral demais. Nota 4/5


O VÔO DO DRAGÃO (Meng Long Guo Jiang, Hong Kong, 1972, dir. Bruce Lee)
Bruce Lee não só estrelou e coreografou as lutas, mas também escreveu e dirigiu o filme – é praticamente o Chaplin do kung-fu. A ação se passa em Roma, para onde Bruce vai ajudar um restaurante chinês que sofre com as ameaças dos mafiosos/lutadores locais. Depois de um início cheio de tentativas de humor que nem sempre funcionam, o filme engrena quando a porradaria começa a comer solta e não pára mais. Aí temos exatamente o que esperamos: Lee distribuindo pontapés a torto e a direito, usando apetrechos como dardos e chakos, um estilo visual que abusa dos zooms e pouco espaço para firulas. Mas o diferencial é mesmo o lendário confronto entre Bruce Lee e ninguém menos que Chuck Norris, em pleno Coliseu! Nota 4/5


TUDO PODE DAR CERTO (Whatever Works, EUA/França, 2009, dir. Woody Allen)
Embora eu tenha visto bastante Woody Allens recentemente, geralmente tendo a procurar sua filmografia mais antiga, deixando os altos e baixos do presente para quando os clássicos acabarem. Mas me surpreendi com Tudo Pode Dar Certo: Larry David está ótimo como um sujeito cínico e amargo, que ainda tem amigos apesar de insultar a todos, e faz um contraponto bacana com a adorável Evan Rachel Wood fazendo papel de burrinha. Não importam os avisos de Larry David no começo do filme: este é um "feel good movie", no final das contas, e daqueles bem simpáticos. Nota 4/5


007 CONTRA O SATÂNICO DR. NO (Dr. No, Reino Unido, 1962, dir. Terence Young)
Comecei um projeto audaz: assistir a todos os James Bond em ordem cronológica. Como o novo Skyfall é o vigésimo terceiro, vê-se que terei trabalho. Dr. No, o primeiro de uma série de filmes bacanas com o Sean Connery, estabelece muitos dos elementos que seriam repetidos à exaustão ao longo da série: a icônica música-tema, as inúmeras Bond Girls (aqui ele pega três, incluindo uma criminosa – algo que também será recorrente), sua preferência por tudo que é classudo (o martini "shaken, not stirred", golfe, carros) e o vilão com planos de dominação mundial que antes tem uma conversa franca com Bond. O Dr. No só aparece na meia hora final, criando-se um mistério interessante sobre o que diabos se passa em uma ilha que conta até com um tanque-dragão. Nota 4/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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