21/11/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 35


TEMPOS MODERNOS (Modern Times, EUA, 1936, dir. Charles Chaplin)
Do famoso plano inicial, que compara um rebanho de ovelhas com uma multidão saindo do metrô, ao final, que encerra a “carreira” de Carlitos de forma poética, Tempos Modernos é uma obra-prima. Semi-mudo por pura teimosia de Chaplin, os sons e vozes vêm apenas das máquinas na maior parte do filme – exceto pela cena em que Carlitos, pela primeira vez na história, abre a boca pra cantar e revela sua voz num idioma inventado que mistura francês, inglês e italiano. Tempos Modernos tem de tudo: crítica social, história de amor, pastelão em sua melhor forma (a genial “máquina de comer”) e piruetas mirabolantes (Chaplin se mostra um exímio patinador de olhos vendados!). A cereja do bolo é a música-tema, a triste e sensacional “Smile”. Composta, claro, por Charles Chaplin. Nota 5/5


TUDO O QUE VOCÊ SEMPRE QUIS SABER SOBRE SEXO * MAS TINHA MEDO DE PERGUNTAR (Every Thing You Always Wanted to Know About Sex * But Were Afraid to Ask, EUA, 1972, dir. Woody Allen)
Um coleção de esquetes surpreendentemente coesa, não por ser baseada em um livro (acho que só tomaram o título emprestado), mas por serem todas feitas por Woody Allen. Tem Woody como bobo da corte, Gene Wilder apaixonado por uma ovelha, um segmento que imita filmes italianos (com Woody falando um italiano bem sem-vergonha) e outro que parodia um programa de TV ("What's My Perversion?"). A única seqüência que não me cativou tanto é aquele envolvendo um seio gigante. Em compensação, ela é seguida pelo melhor segmento do filme, que mostra o que acontece dentro do corpo humano durante a hora do vamos-ver. Aquilo daria um longa genial. Nota 4/5


LOOPER - ASSASSINOS DO FUTURO (Looper, EUA/China, 2012, dir. Rian Johnson)
Uma das boas surpresas do ano, Looper tem um roteiro engenhoso que traz algumas novidades para o subgênero "viagens no tempo", como memórias que se atualizam instantaneamente e as cicatrizes que aparecem do nada. A química entre Joseph Gordon-Levitt e Bruce Willis sustenta o filme, principalmente se levarmos em conta que o protagonista Joe é um cara bastante repreensível. No entanto, Looper perde um pouco o foco quando se torna quase uma mistura de O Exterminador do Futuro (a personagem de Emily Blunt inclusive se chama Sarah!) e X-Men: eu preferiria se tivessem deixado os superpoderes de lado e se concentrado apenas no interessante conceito de viagem temporal. Nota 4/5


O PODEROSO CHEFÃO (The Godfather, EUA, 1972, dir. Francis Ford Coppola)
Já vi a trilogia em dias consecutivos várias vezes, mas esta foi a primeira em que assisti a todos em um único dia. Se pressionado para escolher um preferido, meu voto vai para o primeirão, que ainda tem toda a família "unida". É basicamente um filme perfeito, da cena do casamento cheia de pequenos detalhes (adoro o momento em que Johnny Fontante chega e Connie abre os braços dizendo "I love you!") à primorosa seqüência alternando o batizado e os assassinatos. Brando, Caan, Duvall, Cazale, estão todos absolutamente impecáveis, mas o filme é mesmo de Al Pacino e seu Michael Corleone, que passa de "civil" a Poderoso Chefão. "It's my family, Kay, not me", diz ele para Dianne Keaton logo no início. Será? Nota 5/5


O PODEROSO CHEFÃO - PARTE II (The Godfather – Part II, EUA, 1974, dir. Francis Ford Coppola)
As seqüências de prólogo, com Robert DeNiro fazendo um jovem Marlon Brando, são cinemão clássico, contadas com calma e primor. As cenas no presente são bem diferentes e igualmente ótimas, com uma fotografia sombria e muitos momentos memoráveis (o tapa de Michael em Kay; as conversas entre Michael e Fredo). A trama sempre me pareceu mais confusa do que deveria, cheia de novos personagens e desdobramentos, mas isso não diminui em nada a grandeza do filme. Nota 5/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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