19/12/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 45


SEVEN UP! (Reino Unido, 1964, dir. Paul Almond)
Primeiro de diversos documentários da série "Up" (não, não tem nada a ver com a animação da Pixar), Seven Up! reúne 14 crianças inglesas de diversos círculos sociais, todas com 7 anos de idade, para conhecer o seu cotidiano e entender seu pensamento. Este primeiro episódio é o mais curto (40 minutos) e o único em preto e branco. Com tantos protagonistas, ainda é difícil entender quem é quem, embora alguns se sobressaiam. É legal ver o que moleques de 7 anos pensam (ou pensavam nos anos 70): um deles comenta que os Beatles são muito barulhentos, outros fazem declarações racistas, uma garotinha gostaria de ter 4 filhos, dois garotos querem ser astronautas. Acho que vai ficar ainda mais interessante nos próximos filmes, quando começarem a justapor as imagens antigas das crianças com os jovens e adultos que se tornarão. Nota 4/5


7 PLUS SEVEN (Reino Unido, 1970, dir. Michael Apted)
Agora vemos como estão as mesmas crianças, já adolescentes, sete anos depois de Seven Up!. O menino que queria ser jóquei está treinando diariamente para isso, enquanto outros (como os ex-futuros astronautas) mudaram completamente de idéia. Eu gostaria de ver mais de seu cotidiano e muitas vezes é bem difícil entender o que estão falando sem legendas, mas é bacana ver essas pessoas "tomando forma", sabendo que vamos reencontrá-las ao longo de suas vidas. Nota 4/5


O PROFISSIONAL (Leon, França, 1994, dir. Luc Besson)
Eficiente como thriller de ação – quando Léon faz ao jus à alcunha de "profissional" – e como um improvável romance/drama de relacionamento entre Jean Reno e uma Natalie Portman que tinha apenas 12 anos. Gary Oldman também é um grande destaque, com suas caras e bocas e seu icônico grito de "E-VERY-ONE!!". Nota 4/5


WOODY ALLEN: A DOCUMENTARY (EUA, 2012, dir. Robert B. Weide)
Documentário de quase 3h30 sobre a carreira de Woody, bem estruturado e contando com vários depoimentos do próprio. A primeira parte narra a infância e o início da carreira, depois fala sobre cada filme do diretor até Memórias (1980). As inovações gráficas para mostrar textos, fotos e vídeos são criativas, mas também distrações desnecessárias. A segunda parte é mais livre e menos cronológica: há muita coisa sobre o processo criativo e o estilo de direção de Woody, com muitos depoimentos de atores famosos e curiosidades como os recados que ele mandou para esses atores e a famosa gaveta com idéias mil. Eles não se importam em não mencionar vários filmes (principalmente dos últimos 20 anos), mas tampouco fogem de assuntos mais cabeludos como a questão Mia Farrow/Soon-Yi. Ótima pedida para os fãs do cara, como eu. Nota 4/5


MEDO E DESEJO (Fear and Desire, EUA, 1953, dir. Stanley Kubrick)
Primeiro longa de Kubrick, feito com pouquíssima grana quando ele tinha vinte e poucos anos. Nota-se que não é um filme profissional, com algumas atuações exageradas (como o jovem soldado que fica louco) e um roteiro meio truncado. Mas é um esforço interessante de um jovem diretor, com diálogos interessantes e fotografia competente – embora eu recomende mesmo só para cinéfilos e kubrickianos. Kubrick voltaria à guerra várias vezes depois, e é bacana comparar sua estréia ainda "verde" com grandes filmes como Glória Feita de Sangue e Nascido Para Matar. Nota 3/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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