Ave
Preço irrisório de sete e cinqüenta. Um Marista acessível no meio da Savassi. Meus amigos comparecendo em peso. Não consegui arranjar desculpa pra não ir e assim assisti ao meu segundo show dos Mutantes. Há quem maldiga a reunião, execrando dona Zélia e condenando essas recentes tentativas de reviver décadas passadas. No caso do Capital Inicial é bem verdade, e alguém já devia ter mandado o Dinho pra Portugal de navio. Nos Mutantes é aquela coisa: se tivesse a Ritali ia ser mesmo tremendo, mas Duncan Toys não faz feio no meio dos brothers Dias Baptista e o espetáculo é um alento de rock e arte em meio a tanto emocore rondando a cidade. Testemunhei a primeira vinda da banda a Beagá em abril, na arquibancada do lado direito, ouvindo de perto a virtuose do Sérgio. Dessa vez estive lá no meio da massa, com mais atenção às macaquices do Arnaldo e o monitor à sua frente onde é provável que leia cifras e letras enquanto batuca feliz seus teclados. O resto da banda é obviamente muito competente, e vai do tiozão batera da formação original à percussionista rastafári doida de tudo. Rolou o repertório completo, momentos latinos com "Cantor de Mambo" e "El Justiciero", apoteoses coletivas em "Top Top" e "Balada do Louco", e até um parabéns pra você pro Arnaldo, que completava 59 anos de insanidade criativa. O bis terminou com uma alongada versão de "Panis et Circenses" e eu aproveito a deixa em latim pra mostrar a novidade que eu imaginava toda vez que lia um álbum do Asterix. Ponham-se a correr, bárbaros imundos.