14/10/2008

Ortographia

Lucas Paio, 13/10/2008
Salve-se quem puder: a reforma ortográfica está entre nós. Nós, que nem sabemos o que é um ditongo aberto ou o que ele come, e já precisamos tirar-lhe os acentos. Uma heróica assembléia de idéias virará uma heroica assembleia de ideias, assim sem charme, desacentuada como uma mensagem de texto de um celular pré-histórico como o meu. Cai o trema - logo ele! Como nós, aqui em Minas, agora vamos diferenciar um pingüim de um pingo bem pequeno? Em contrapartida, K, W e Y, sempre renegadas, finalmente integram o alfabeto. Por um lado, vêm ao idioma o WC e o KY; por outro, Michael Sullivan e Paulo Massadas precisarão repensar o Abecedário da Xuxa. T de Terra, U de Universo, e W o que que é? Wonderbra? O pior de tudo, no entanto, é a palhaçada que fizeram com os hífens. Contra-regra agora é contrarregra, anti-semita vira antissemita e dança até o meu palíndromo "Oi, arara pára-raio!", já que pararraio agora se escreve assim, superdosando os erres. Ora, abolissem a crase, o vós, o inútil h de "companhia" e lascassem logo um n em "muinto", que é muito anasalada e não devia. Aí ficava tranquilo.

Quem

Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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