O Natal é uma coisa meio nova pros chineses, que se abriram para o mundo há relativamente pouco tempo e tentam assimilar toda a cultura ocidental do jeito que dá. O que significa que nessa época é fácil encontrar um monte de árvores iluminadas, muitos restaurantes servindo peru na noite do dia 24 e a figura do Papai Noel ("Shengdan Laoren", em mandarim) devidamente explorada pelo comércio, mas dificilmente se vê o menino Jesus cercado por vacas e ovelhas, seja em presépios, seja em cartões de Natal. Não dá pra culpá-los: primeiro, que não são cristãos; segundo, que a imensa maioria de filmes e desenhos que chegam do oeste foca mais no Pólo Norte do que em Belém, e convenhamos que a compração e a comilança desenfreadas são muito mais a cara do Natal dos dias de hoje.
Enfim. O Natal acabou de acabar, mas deixo aqui duas fotos que simbolizam bem o espírito dessa data tão festiva. A primeira é de um inusitado Papai Noel chinês lendo os números vencedores de um sorteio no jantar do qual participei. A outra é da árvore de Natal mais original que já vi na vida, situada no lado de fora do Bla-Bla-Bar, no campus da BLCU. Cadeiras empilhadas, galhos amontoados e luzinhas pisca-pisca amarrando tudo, numa demonstração muito bonita de que o que vale é a intenção. Shengdan kuaile!
Publicado originalmente no Boca de Gafanhoto