03/07/2005

Beautiful day



Foram momentos de tensão e desespero. Depois de um dia inteiro de vários bons shows (The Who, por exemplo) e muita porcaria (pelo amor de Deus, Black Eyed Peas é ruim demais!), a MTV brasileira, único canal a transmitir ao vivo o Live 8, resolve dar pau. Justo no momento mais aguardado do dia, quiçá dos últimos 25 anos: a volta do Pink Floyd. Quando Roger Waters, David Gilmour e demais vovôs subiram no palco londrino e começaram a tocar "Breathe", a gente só via um conjunto de borrões verdes e roxos. Pânico generalizado: puxa vida, na hora do Pink Floyd?!

"Breathe" acabou e, felizmente, na hora em que os dinossauros iniciaram o riff de "Money", a TV voltou a ficar multicolorida novamente. Alívio total. Foi como ver o Dark Side of the Moon junto com o filme O Mágico de Oz: até "The Great Gig in the Sky", o filme é em preto-e-branco, quase bicolor como o verde e roxo que desesperou a população no dia de ontem. No instante em que começa a música seguinte, que é "Money", vejam só!, Dorothy chega à terra de Oz e as cores invadem a tela. Depois de "Money" vieram ainda "Wish You Were Here" e "Confortably Numb", e pudemos dormir felizes por termos visto, ao vivo, o "rooftop concert" do Pink Floyd, retorno e despedida numa apresentação só.

Outros momentos marcantes do Live 8:

>> Paul McCartney abrindo o evento tocando "Sgt. Peppers" com sua bandinha de apoio, um grupo de irlandeses que adoram um show em prol da paz mundial, mais famosos sob a curiosa sigla "U2".

>> O próprio U2, depois de sua apresentação com sir Paul, emendando "Blackbird" no final de "Beautiful Day", e depois "Unchained Melody" (a musiquinha do Ghost, seu desmemoriado) ao término de "One".

>> O show do Green Day em Berlim, que levantou a alemãozada, com destaque para o "EEEEEEEEEEEEEHHHH OOHHH" quilométrico que o Billy Joe gritou no palco e a galera repetiu, forçando os pulmões. Menção honrosa para a avulsa e competente versão de "We Are The Champions" com a qual eles fecharam o show.

>> Um grupo de cantores cujos nomes fiz questão de não guardar, destruindo "Come Together", num dos piores covers de Beatles já feito em todos os tempos. Foi impressionante, eles gemiam mais do que cantavam, e ainda inseriam, hereticamente, partes "rap" no meio da canção. O Léo Madeira e a Penélope da MTV, que comentavam as apresentações de quando em vez, até chegaram a falar: "Essa música, caso você não tenha reconhecido, é Come Together dos Beatles".

>> Brian Wilson e sua numerosa patota tocando "Good Vibrations". Só que a MTV brazuca só passou essa, pois antes estavam transmitindo um maravilhoso conjunto de hip hop, ou seria o Linkin Park? Blergh.

>> Paul McCartney novamente, terminando a noite londrina com mais canções dos Bítous. Teve "Get Back", "Drive My Car", a ótima e inesperada "Helter Skelter" e o fechamento com "The Long and Winding Road" mais o tradicional momento "Hey Jude", com todos os cantores subindo no palco e cantando "na na na na... hey Jude..." ad infinitum.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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