06/03/2006

Un, dos, tres, Katilce!



U2 em Sampa: a resenha de quem viu ao vivo
por Tullio Thiago, nosso enviado especial em São Paulo

Há duas semanas atrás, mais precisamente no dia 20 de Fevereiro de 2006 às 21:30h no estádio do Morumbi em São Paulo, aconteceu o show mais esperado e festejado dos últimos tempos e no mesmo final de semana que o não menos importante show do Rolling Stones. Foi sem dúvida o "pré-carnaval" mais rock n’roll que os brasileiros já viram...

O show do U2 pode ser dividido em 3 partes:

1) A angústia, suor, dificuldade de conseguir os ingressos. (Se não fosse a minha irmã carioca, não teria ido ao show. Eternamente grato!) Depois a fila gigante no dia do show, toda a espera até o inicio do show do Franz (que são muito bons ao vivo, pena que o povo não conhecia outra música que não fosse "Take Me Out") até a introdução de "City of Blinding Lights" e o Bono Vox surgindo na minha frente com a bandeira do Brasil.

2) O show. O meio do show. O primeiro bis. A pausa. O fim do show.

3) Acordar do sonho e voltar para casa.

Cheguei no estádio às 10h, e já tive que sair falando mentira com os gaúchos que estavam atrás de mim. "Pô, a minha amiga esqueceu os ingressos no quarto de hotel. Teve que ir lá voltar, estou guardando lugar para ela..." Tudo isso por medo de que a pessoa que comprou o meu ingresso ficasse sem entrar junto comigo, e estava realmente cheio lá. Teve gente que criou problemas com a fila, mas eu achei bem organizado. Fiquei acompanhado de uma amiga goiana e juntos bebemos mais de 1 litro de água, além de tentar inventar vários jogos para distrair, mas o tempo não passava. Os portões iriam abrir às 15h e faltando pouco para isso, a responsável por eu ter um par de ingressos no bolso me ligou falando que tinha acabado de chegar no estádio e estava descendo do ônibus. Ela conseguiu chegar a tempo de entrar na fila e foi um alívio.

Antes de passar da roleta, os seguranças não deixaram eu entrar com as garrafas de água, ou seja, eles obrigam a gente a comprar copinhos que custam R$3,00. Um absurdo.
Já dentro do estádio, comecei a correr e escutei um segurança me xingando "Pô truta! Precisa correr não, cara, todo mundo vai entrar..." Nem escutei e quando vi a rampa de acesso para o campo, corri mais ainda e nem percebi que quando passei por uma roleta, eu estava dentro da área vip. A área mais desejada depois da hot area. Olhei para frente e vejo aquela passarela em que a banda toda costuma passar e ficar lá. Foi inacreditável. Na hora já comecei a mandar várias e várias mensagens pra todos os meus amigos ("meu, você não tem idéia do lugar que eu estou..." ). Passada a euforia inicial, o meu grupo sentou-se e começamos a conversar, até que os paulistas que estavam na nossa frente começaram a ter um acesso de raiva conosco ("Pô, meu! Eu quero sentar e se eu cair, vou cair na tua cabeça!" ) e ficou por isso mesmo (mentira. Tiveram outros atritos, um deles era meio gay e ficou cismado porque meu pé encostou na bunda dele. Aí eu fui tirar e ele não deve ter gostado...) Durante a espera, almocei um sanduíche do Bob´s e me sujei de catchup. Eventualmente alguém jogava água na galera e parecia que a pessoa queria molhar só o Nicolas (que veio do Rio junto da Bruna e da Thayná) e quase estragaram o livro de jogos dele. O tempo foi passando, passando e finalmente, todos ficamos preparados para o show e para a guerra que os paulistas da nossa frente pretendiam criar...

Deu 20h e o show do Franz Ferdinand começou. O Franz é das melhores bandas que surgiram nos últimos anos, tem um repertório bem animado e dois cds bem fodas na bagagem (ahnm? ahnm??). O público tava meio lerdo no show deles, poucos conheciam o trabalho dos escoceses, mas eles deixaram uma boa impressão, principalmente pelo solo de bateria no fim. Demais. "Take Me Out" foi a única música que o Morumbi agitou. Todo mundo pulando, foi foda... Depois de "This Fire", o show terminou e ai foi o momento de toda nossa espera chegar ao fim...

As luzes apagaram e aí começou a rolar a introdução de "City of Blinding Lights". De repente, ele surge na minha frente (sim, meu. De verdade!!! Eu estava ali, no show do U2 com o Bono Vox na minha frente.)

Deu para arrepiar muito, todo mundo cantando, pulando e logo depois o Morumbi contou em espanhol. UN DOS TRES CATORZE... O estádio veio abaixo e o show tinha começado mesmo. "Elevation" veio logo depois, com um arranjo diferente do original. A galera toda cantando e o Bono chegou a falar: "OK, galera... agora é a nossa vez..." Com certeza, foi uma das melhores músicas do show. Então, a banda simplesmente taca "I Still Haven´t Found What I´m Looking For". Só a minha música favorita e de muuuuita gente que estava ali, emocionante ao extremo. Uma seqüência de clássicos, um show perfeito. "New Years Day", "Beautiful Day" e o Bono cantando a parte do Pavarotti em "Miss Sarajevo" e emocionando este que escreve esse texto. Ainda bem que apareceu um pequeno hobbit e me fez rir, porque senão iria derramar litros e litros de água... Antes de "One", todo mundo com celular ligado, o Morumbi se encheu de “luz”. Lindo momento que quem viu pela tv não teve idéia de como foi bonito. Depois de "With Or Without You" (todo mundo falou da Katilce, Katilce... mas ninguém mencionou o fato do Bono ter pegado a câmera DELA para ele... souvenir...) veio a primeira pausa. Estádio todo gritando e eles surgem com "All Because Of You". Antes da última música, eles tocam o novo single "Original of Species", com direito a imagens do clipe no telão. O show termina com o público cantando “How long... we will sing this song?” e com a presença solitária de Larry Mullen Jr na bateria. “Ele que começou a banda, é a banda dele” nas palavras de Bono Vox. Larry vai até a beira do palco e se despede daqueles que, com certeza, saíram do estádio com todas as expectativas superadas.

U2 em Sampa: a resenha de quem viu do sofá
por Lucas Paio, de Beagá City

Segunda-feira é um tanto complicado de se fazer festinha pra ver show, portanto vi a apresentação de Mr. Vox e seus asseclas pela tevê, sóbrio e acompanhado da minha mãe. Triste era saber ali, na hora, que o que eu estava vendo já tinha acontecido há pelo menos uns vinte minutos, graças à Globo de mierda. Observações finais: Viva Katilce. Abaixo Zeca Camargo.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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