27/03/2006

Koraba!



Começou no boteco da Das Dores, quando estávamos no primeiro período. A idéia era cada um escrever uma parte da história, mandar pro outro continuar, e assim ad infinitum. Até agora foram vinte e poucas idas e vindas, um número pequeno se levarmos em conta que sete períodos já se passaram desde o início das escritas. Dessa vez não sou eu o culpado pelo projeto inacabado: culpem o Michel, tá na vez dele desde, sei lá, 2004.

Fui o encarregado de iniciar o projeto, e aproveitei um início de história que tinha em casa. Jack Qualquer Coisa era o nome do protagonista. Um azarado que trabalhava numa lanchonete. Mandei pro Michel, ele completou o arremedo de narrativa com mais um punhado de situações absurdas, e assim foi. Pouco a pouco, Jack Qualquer Coisa foi se aventurando (ou sendo aventurado) por caminhos cada vez mais insólitos, chegando a viver na prisão por três sórdidos anos e participar de uma guerra entre doninhas e chineses. Mas até hoje, quarenta páginas depois, Jack ainda não comeu ninguém.

De vez em quando um de nós terminava o capítulo de um modo absolutamente non-sense, só pra deixar o outro numa enrascada literária. Como quando, do nada, o Michel escreveu:

"Com dores múltiplas no corpo, Jack Não Sei O Que Houve percebe que está em um deserto de clima desértico, totalmente nu, exceto a um capacete de alumínio que misteriosamente aparecera em sua cabeça."

Sem me dar por vencido, continuei o capítulo e terminei assim:

"Subitamente, Jack sente-se zonzo novamente e se vê cercado por um milhão de chineses enfurecidos, gritando: “Koraba! Koraba! Koraba!”."

Outras vezes comentários eram deixados ao final dos escritos com o intuito de direcionar a próxima parte, ou jogar umas idéias soltas para serem usadas no futuro. Como esse:

Ufa! Foganço contará para Jack algo estarrecedor sobre seu passado: No passado (aí você utiliza aquele tom de cara viajado que o Fogaça usa), Foganço lutou contra um chinês poderosíssimo, conseguiu de alguma corta-lo com uma espada (será a de sete lâminas) mas devido ao poder da flauta do chinês (será a flauta a fawank?), este se multiplicava como uma planária. Seria a luta uma disputa por artefatos? Será que finalmente saberemos o que é Koraba? Quem é Múcio? Bicicleta líquida – um sonho de consumo

Jack Qualquer Coisa gerou até um programa de tevê, apresentado pelo Lata de Lixo, em que Lucas e Michel explicam seus planos de fama mundial e os projetos futuros envolvendo o Jack, como o aguardado longa-metragem com Pat Morita no papel do professor Foganço (infelizmente Pat Morita já não está mais entre nós... R.I.P). Até hoje nenhuma emissora se dispôs a exibir o programa.

Enquanto o Michel não escreve o próximo capítulo, que iniciará a nova saga Jack no Inferno, resolvi publicar, semanalmente, o que já temos até agora. Toda quinta-feira, no blog do Jack Qualquer Coisa. Koraba!

>> A nova temporada do Druida da Pocilga também está no ar, com a estréia do capítulo XV. Não precisam mais me ameaçar.

>> Melhor filme dos últimos tempos da última semana: A Máquina.

>> Melhor banda dos últimos tempos da última semana: Strokes. Por increça que parível, só fui descobrir os Strokes de verdade nesse início de ano agora. Top 5 do momento: "You Only Live Once", "Reptilia", "Heart in a Cage", "I Can´t Win" e "Soma".

>> Pode parecer loucura participar de mais um blog, mas em breve estarei ativamente no novíssimo BH Apresenta, que trata da cena rock independente de Belzonte. Cessá sesseons pasnassavás?

>> Meu amigo Bernardo Silvino sempre se queixava de cair num site de estudos bíblicos toda vez que tentava entrar no meu blog. Um dia, puto, deu um print screen na tela e me mandou. Uma olhadela no screenshot bastou para que eu matasse a charada. Quem descobrir também ganha uma palavra de congratulação. (Clique para ampliar)

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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