04/06/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 21



AS TARTARUGAS NINJA III (Teenage Mutant Ninja Turtles III, EUA/Hong Kong, 1993, dir. Stuart Gillard)
Um fim decepcionante para a franquia (que só seria retomada 14 anos depois, e em animação), já começa com japoneses falando inglês no ano de 1603 (!!) e não melhora muito. Os movimentos das Tartarugas são muito mais toscos que nos filmes anteriores, os traços de personalidade sumiram e praticamente a única maneira de diferenciá-las é pela cor da faixa. O Splinter mais parece um Muppet. A trama de viagem no tempo não convence e não há um só personagem no elenco japonês que seja memorável de alguma forma. Tem mais cara de episódio de seriado de TV, e daqueles pra encher lingüiça no meio da temporada. Nota 2/5


HOMENS DE PRETO 3 (Men in Black III, EUA, 2012, dir. Barry Sonnenfeld)
Bem melhor que o segundo filme, este terceiro Homens de Preto não rivaliza com o original mas também não macula sua reputação. A viagem no tempo (olha ela aqui de novo) não oferece nada muito diferente de outros tantos filmes sobre o tema, mas é divertida e bem executada (a forma de viajar, pelo menos, é nova e gera uma boa gag com o crash da Bolsa em 1929). Tommy Lee Jones acaba aparecendo pouco, mas Josh Brolin encarna K com bastante competência e é fácil ver o personagem ali. O roteiro tem furos (como J ainda é um Homem de Preto depois do sumiço de K se foi K quem o recrutou na cronologia original?), mas as risadas e os detalhes visuais (Lady Gaga, as referências ao pug falante) compensam. Nota 3/5


OS CAÇA-FANTASMAS (Ghostbusters, EUA, 1984, dir. Ivan Reitman)
Alguns efeitos especiais já estão caducos, mas o espírito (ops) de Os Caça-Fantasmas permanece o mesmo. A combinação do sarcasmo de Bill Murray, o pobre do Rick Moranis que começa loser e termina ainda pior, a camaradagem entre os Caça-Fantasmas e os vários ícones – o carro, a logomarca, a contagiante música-tema – continua funcionando muito bem, e a gente até releva o fato de que, com um semideus, um cachorro chifrudo, uma geleca verde e um homem-marshmallow, sobra pouco espaço para fantasmas de verdade em Os Caça-Fantasmas. Nota 4/5



ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (Blindness, Brasil/Canadá/Japão, 2008, dir. Fernando Meirelles)
Malhado injustamente quando foi lançado, Ensaio Sobre a Cegueira é uma adaptação fiel não só ao conteúdo, mas à forma do livro de Saramago: o estilo sem parágrafo ou pontuação do escritor é traduzido para as telas em imagens “mal” enquadradas, superexpostas e fora de foco, contribuindo muito para nos colocar na pele dos que sofrem da cegueira branca. O elenco é eclético e competente (tem de Danny Glover a Alice Braga), mas o grande destaque é o casal principal, Mark Ruffalo e Julianne Moore. E esta versão que vi agora é diferente da que assisti no cinema em um detalhe crucial: a infame narração de Danny Glover, que sempre entrava desconjuntada, praticamente sumiu, e Ensaio Sobre a Cegueira melhorou ainda mais. Pra quem curtiu o filme ou se interessa por cinema, o Diário de Blindness, escrito pelo próprio Meirelles, é imprescindível. Nota 4/5


AS TARTARUGAS NINJA - O RETORNO (TMNT, EUA, 2007, dir. Kevin Munroe)
Quem diria: ao migrar para a animação computadorizada, as Tartarugas se tornariam menos infantis e mais próximas às suas origens quadrinísticas sombrias. Nesta seqüência tardia, as Ninja Turtles não são mais Teenage: Donatello trabalha com suporte de informática, Michaelangelo é animador de festas infantis, Raphael se tornou um vigilante e Leonardo se escafedeu para um longo retiro na América Central. Os melhores momentos são os que focam nos conflitos entre as próprias Tartarugas, como a ótima luta na chuva entre Leonardo e Raphael. Infelizmente, a trama principal envolvendo monstros milenares e portais de outra dimensão soa como uma grande bobagem. Outro ponto negativo é a April, que de repórter de TV virou uma mistura de Lara Croft com a Noiva de Kill Bill (com direito a colant amarelo!); nem parece a mesma personagem. A animação em si, no entanto, compensa: o formato permite movimentos de câmera e das próprias Tartarugas que seriam impossível em live-action. Uma pena que o próximo filme, segundo os boatos, não seguirá o modelo estabelecido neste O Retorno e alterará totalmente a origem dos quelônios, transformando-os em alienígenas (!!!) e desvirtuando ainda mais o conceito: se aqui elas já não eram mais Teenage, no próximo não serão nem Mutant. Nota 3/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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