19/12/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 43


007 - UM NOVO DIA PARA MORRER (Die Another Day, Reino Unido/EUA, 2002, dir. Lee Tamahori)
A meia hora inicial – aquela terrível música-tema da Madonna à parte – é bem promissora, com Bond capturado por norte-coreanos, mantido em cativeiro por 14 meses e recebendo esculacho da M depois de tudo o que passou. O que vem a seguir é tão ridículo que acaba divertindo: uma terapia de substituição de DNA (!!), um castelo de gelo, um satélite que emula a força do sol, os óculos com o videogame mais realista jamais criado, Bond surfando com um CGI que já não convencia ninguém quando o filme saiu e, claro, o infame carro invisível. Um Novo Dia Para Morrer é definitivamente um filme ruim, com poucas cenas realmente competentes (gosto do início e da luta de espadas), mas pelo menos não é tão genérico quanto O Mundo Não é o Bastante. Ser considerado o filme mais absurdo de Bond, considerando tudo o que veio antes, não é pra qualquer um. Nota 2/5


BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS, PARTE 1 (Batman: The Dark Knight Returns, Part 1, EUA, 2012, dir. Jay Oliva)
Mais uma animação extremamente fiel aos quadrinhos, O Cavaleiro das Trevas – Parte 1 adapta os dois primeiros volumes da espetacular The Dark Knight Returns, de Frank Miller. É difícil errar quando o material original é uma das melhores HQs de todos os tempos, mas a equipe merece elogios pela trilha épica, o ótimo trabalho de voz (principalmente o líder dos Mutantes e o Batman de voz soturna dublado por Peter "Robocop" Weller) e tom adequadamente sombrio. O ritmo da história, com menos saltos temporais do que Batman – Ano Um, também ajuda bastante. A parte 2, com um Coringa dublado por Michael Emerson (o Ben Linus de Lost) e a antológica luta contra o Superman, promete. Nota 4/5


007 - CASSINO ROYALE (Casino Royale, Reino Unido/República Tcheca/EUA/Alemanha/Bahamas, 2006, dir. Martin Campbell)
O conceito de "James Bond Begins" fez muito bem à série, em especial neste primeiro filme com Daniel Craig. Cassino Royale traz um ar novo para elementos tradicionalíssimos (o tiro na câmera é integrado à narrativa, a obrigatória cena de perseguição é feita a pé, usando parkour), "reinsere" outros (Bond inventa o martini perfeito, veste smoking pela primeira vez, conhece seu "velho" chapa Felix Leiter) e elimina outros que tinham levado a franquia ao exagero absoluto (aqui não há vilões sobre-humanos – Le Chiffre, inclusive, tem asma – nem gadgets absurdos). Vesper é uma bond girl que reage com realismo à violência, e o destino de sua personagem molda a atitude de Bond em relação às mulheres. E Craig, feioso, bronco e nada classudo, é um Bond bem diferente de seus predecessores e igualmente digno, exibindo macheza e senso de humor (uma das melhores cenas de toda a série é a da tortura na cadeira). Filmaço. Nota 5/5


007 – QUANTUM OF SOLACE (Quantum of Solace, Reino Unido/EUA, 2008, dir. Marc Forster)
 A comparação com Cassino Royale é inevitável porque o próprio filme destaca isso, apresentando-se como a primeira seqüência de verdade em toda a série e seguindo de perto a história do anterior. É um bom entretenimento, com cenas de ação sólidas, um Bond bruto como Jason Bourne e uma justa homenagem a Goldfinger. Mas o vilão Greene não é lá muito interessante e nenhuma cena é particularmente memorável – vi pela primeira vez há menos de um ano e não me lembrava muito de nada. Nota 3/5

E assim termino minha Maratona Bond, que cobriu 22 filmes oficiais (mais um "bastardo") em cerca de 5 semanas. Faltou Skyfall, que só verei no cinema em janeiro, fazer o quê. Para encerrar, deixo aqui meu ranking particular, do melhor para o pior, incluindo o ano de lançamento e o ator por dentro do smoking. Como toda lista, ela pode mudar completamente em uma futura revisão, mas a de hoje ficou assim:

1.007 Contra Goldfinger (1964) – Connery
2.007 – Cassino Royale (2006) – Craig
3.Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967) – Connery
4.007 Contra o Satânico Dr. No (1962) – Connery
5.Moscou Contra 007 (1963) – Connery
6.007 Contra GoldenEye (1995) – Brosnan
7.007 – O Espião Que Me Amava (1977) – Moore
8.007 A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969) – Lazenby
9.007 – O Amanhã Nunca Morre (1997) – Brosnan
10.Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973) – Moore
11.007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974) – Moore
12.007 Contra o Foguete da Morte (1979) – Moore
13.007 Na Mira dos Assassinos (1987) – Dalton
14.007 Contra a Chantagem Atômica (1965) – Connery
15.007 Na Mira dos Assassinos (1985) – Moore
16.007 – Quantum of Solace (2008) – Craig
17.007 – Nunca Mais Outra Vez (1983) – Connery * não-oficial
18.007 Contra Octopussy (1983) – Moore
19.007 – Os Diamantes São Eternos (1971) – Connery
20.007 – Permissão Para Matar (1989) – Dalton
21.007 – Um Novo Dia Para Morrer (2003) – Brosnan
22.007 – Somente Para Seus Olhos (1981) – Moore
23.007 – O Mundo Não é o Bastante (1999) – Brosnan
24.Cassino Royale (1967) * não-oficial


DR. FANTÁSTICO OU COMO APRENDI A PARAR DE ME PREOCUPAR E AMAR A BOMBA (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, EUA/Reino Unido, 1964, dir. Stanley Kubrick)
Peter Sellers é o destaque óbvio, interpretando três personagens distintos – embora seu personagem-título não seja meu favorito; sou mais o presidente dos EUA, que liga para o premiê russo e avisa que um general louco “fez uma coisa engraçada”. Mas o restante do elenco também é jóia, como o general cheio de caras e bocas vivido por George C. Scott e o piloto-cowboy que “monta” a bomba atômica. Dr. Fantástico não é exatamente uma comédia “rá rá” de se gargalhar a cada cena, mas uma sátira nervosa e genial aos perigos reais que o mundo corria durante a Guerra Fria. Ótimo para rever nestes tempos de fim do mundo. Nota 5/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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