05/05/2005

Pegando o bonde andando



Momento revolta. A Prefeitura de Beagá anunciou a volta do bondinho na cidade. Serão duas estações e alguns pontos de parada entre o Museu Abílio Barreto e o Mercado Central. Tá bom, agora me fala: vai ser bondinho estilo Pão de Açúcar, cruzando os céus da cidade? Porque pelo amor de Deus, arranjar jeito de atrapalhar ainda mais o trânsito horroroso de Belo Horizonte é fogo. E o pior: vão ser gastos 2 milhões de reais com o projeto. Dois milhões para um veículo que anda a 40 quilômetros por hora. Era realmente o que a gente precisava.

Momento revolta 2. Essa me deixou mais puto ainda. A mesma Prefeitura tomou a brilhante decisão de retirar todos os tabuleiros de damas da Praça Sete. A medida faz parte do projeto de revitalização da praça. Tiraram os camelôs (digo, remanejaram pro Oiapoque, Tupinambás, Xavante e quejandos), tiraram os engraxates e agora proibiram os tabuleiros de damas. A reportagem que passou agora há pouco no MGTV foi comovente: velhinhos que há 30 anos se reuniam diariamente pra jogar damas chegando desolados à praça. Chega a ser engraçado: dão um espaço para os ambulantes venderem seus cds falsificados e seus produtos contrabandeados mas proibem velhinhos de jogar damas. Afinal, o perigo que eles representam à sociedade é enorme, não é mesmo?

Bom, ao menos eles vão poder matar a saudade dos velhos tempos andando de bonde.

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Quem

Lucas Paio já publicou contos em revistas e antologias, já dirigiu curtas-metragens e compôs canções, já ganhou um campeonato de aviões de papel, tocou teclado numa banda cover de Bon Jovi, morou na China e hoje vive em Berlim. É autor do romance de fantasia cômica MACADÂMIA, lançado em 2025.

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