Arriégua
Surgiu uma festa a fantasia pra ir e decidi aposentar a roupa do Pânico e a máscara preta em forma de cone. São calorentas demais. Resolvi aproveitar o chapéu que minha mãe trouxe de João Pessoa no ano passado e me vestir de cangaceiro. Para tanto, tive que realizar uma extensa pesquisa visual e gastei horas e horas freqüentando bibliotecas, consultando livros sobre Lampião, desenterrando jornais empoeirados de 1920, tudo pra poder encontrar imagens de cangaceiro e compor o figurino da maneira mais adequada. Mentira, isso seria se fosse há uns dez anos. Nesse mundo altamente tecnológico do século XXI, só precisei entrar no Image Google e digitar "cangaceiro". Dezenas de fotos pipocaram à minha frente e foi só analisá-las com certo apuro e fazer uma lista mental dos apetrechos que precisaria além do chapéu: um casaco aberto com uma camisa por baixo, duas cartucheiras fazendo um X no peito, lenço amarrado no pescoço, calça pega-frango e sandálias de couro.
Parti então para a coleta das peças e subseqüente montagem da fantasia. É a hora em que vamos substituindo ítens aqui e ali, e trocando, por exemplo, as duas cartucheiras por cintos, e as sandálias de couro por sandálias da Reebok. Peguei um casaco que foi do meu avô quando ele tinha a minha idade, com o detalhe de que ele era menor que eu, causando um ligeiro desconforto na hora de vestir a roupa. Pra completar, uma camisa por baixo com o logotipo de um imaginário "Hard Forró Café", também trazida da Paraíba pela minha mãe. O resultado da tosqueira está no meu fotolog. Mas esse eu só prometo atualizar todo dia se alguém se dispuser a presentear este pobre cangaceiro com uma câmera digital.
0 comments :
Postar um comentário