22/08/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 27


 

DOZE HOMENS E OUTRO SEGREDO (Ocean's Twelve, EUA, 2004, dir. Steven Soderbergh)
Quando assisti no cinema, saí muito empolgado e escrevi que era "muito melhor que o primeiro" e "quase tão bom quanto Os Incríveis" (está nos arquivos do blog, é só procurar). Grande exagero, claro. Doze Homens é uma continuação divertida, evitando seguir a mesma história ao criar um improvável "campeonato de ladrões" e proporcionando momentos surreais, como Julia Robert interpretando Tess se fingindo de... Julia Roberts. (Mundo curioso esse do filme, em que todo mundo sabe quem é Julia Roberts e Bruce Willis, mas nunca viu George Clooney ou Brad Pitt.) Mas a opção por narrar os roubos em flashback acaba tirando a tensão, e as motivações dos personagens (como a mudança de atitude de Catherine Zeta-Jones em relação à ladroagem) parecem absurdas demais para que compremos a galhofa toda. Nota 3/5


TREZE HOMENS E UM NOVO SEGREDO (Ocean's Thirteen, EUA, 2007, dir. Steven Soderbergh)
Como o anterior, é um bom entretenimento, daqueles que não ofendem mas tampouco oferecem algo de novo. Não chega a ser um filme de "bromance", mas com Julia Roberts e Zeta-Jones ausentes e o novo roubo motivado por solidariedade ao personagem de Elliott Gould, é definitivamente a camaradagem que move a trama – até Andy Garcia passa para o lado dos "ladrões bonzinhos". É nítida a intenção de tornar nobres as atitudes criminosas dos protagonistas ("ladrão que rouba ladrão..."), com direito a doação para a caridade e uma recompensa tardia para o avaliador de hotéis (David Paymer) depois que ele tanto se ferrou. Questões éticas à parte, Soderbergh e seu elenco estelar se divertem com os planos mirabolantes, disfarces à la Hermes & Renato e uma montagem com transições dignas do Windows Movie Maker, e com isso nos divertem também. Nota 3/5

 

BATMAN (EUA/Reino Unido, 1989, dir. Tim Burton) 
Tem muitos méritos e qualidades: o clima meio anos 40, com roupas, carros e câmeras old-style; a ótima trilha de Danny Elfman, que conseguiu criar o melhor tema musical do Batman até hoje; o Batmóvel mais estiloso de toda a série; a presença imponente de Jack Nicholson, que ofusca a "molecada" que contracena com ele sempre que aparece. Por outro lado, há diversos problemas que tornam o resultado final apenas mediano. Pra começar, boa parte do elenco: de Michael Keaton como um Bruce Wayne baixinho, de óculos e começando a encarecar, até o comissário Gordon gordo e bobão. A partir do momento em que o Coringa cai no ácido, começa uma série de improbabilidades fantasiosas, como o aperto de mão do vilão que carboniza o outro cara e os repórteres apresentando o jornal com os cabelos desgrenhados e o rosto ferido. Muitas cenas existem unicamente porque são estilosas: Bruce Wayne dormindo de cabeça pra baixo, o Batplano voando acima da nuvem só pra criar a bat-logo na Lua. Outras são apenas idéias estúpidas que acabaram chegando ao corte final: Coringa matando os pais de Bruce, Alfred levando Vicky Vale para a Batcaverna… Mas o problema principal é mesmo o Batman: falta conflito no personagem, e na tentativa de manter uma aura de mistério, ele acaba virando só um milionário de máscara. Nota 3/5 


BATMAN - O RETORNO (Batman Returns, EUA/Reino Unido, 1992, dir. Tim Burton)
Meu preferido entre os Batmans dos anos 90, é um filme com muito mais acertos que o primeiro. Embora o tom continue fantasioso, com bebês criados por pinguins e mulheres ressuscitadas por lambidas de gatinhos, Tim Burton investe num clima de freak show que tira toda a leveza do bat-universo, apostando inclusive em insinuações sexuais a torto e a direito. Danny DeVito e Michelle Pfeiffer matam a pau e até Michael Keaton está mais sério como Batman e principalmente como Bruce Wayne, evitando o olhar abobalhado que repetia no primeiro filme sempre que estava "à paisana". O roteiro tem seus problemas, mas a bizarrice e algumas cenas que me ficaram na memória quando vi no cinema, lááá em 1992 (a Mulher-Gato costureira, o Pingüim mordendo narizes), compensam. Nota 4/5
(Resenha completa, escrita em 2010, no Cinema de Buteco)


BATMAN - A MÁSCARA DO FANTASMA (Batman: Mask of the Phantasm, EUA, 1993, dir. Eric Radosmki & Bruce Timm)
A série animada do Batman dos anos 90 conseguiu ser divertida sem descambar para a galhofa, séria sem ser chata, fiel aos quadrinhos e ao espírito do personagem e ainda gerou um monte de bonequinhos bacanas. Além disso, originou o único longa de animação do Morcegão a chegar aos cinemas. O estilo segue o desenho da TV: os traços são cartunescos mas cheio de sombras; o material é tratado com seriedade e quase não há alívios cômicos. A trilha "remixa" o tema de Danny Elfman com belos corais e o roteiro adiciona um elemento amoroso no início da carreira do Batman que é ausente na maioria das adaptações do herói. A cena de Bruce Wayne no túmulo dos pais, pedindo perdão por querer desistir do vigilantismo ("I didn't count on being happy...") é mais emocionante que qualquer momento dos filmes live-action. Nota 4/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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