22/08/2008

Queria ou não queira



Boa pedida essa nova coleção da Folha. Seguindo o esquema jazzístico lançado ano passado, que trazia 20 livros-cds com a história dos artistas, curiosidades, disquinho lembrando um vinil e preço camarada, a nova coleção vem apresentar, nos mesmos moldes, os crássicos da Bossa Nova.

Ok, vamos ser sinceros: se o jazz tem numerosas vertentes, incontáveis expoentes e décadas de produção ativa, fazendo de cada livro-disco uma porta para novos sons e possibilidades, a Bossa Nova é coisa de três caras (Tom, Vinicius e João Gilberto) e um punhado limitado de canções (ainda que muitas obras-primas) repetidas à exaustão por zilhares de intérpretes (mesmo que muitas versões superem as originais). A nova coleção, obviamente, aproveita a onda dos 50 anos da Bossa Nova - e é bom que aproveite logo, que essa onda já tá passando. Mas a coisa é bem-vinda. Vinte discos conseguem ser um apanhado bem completo do estilo, o texto do Ruy Castro é informativo e descontraído, bom pra ler deitado na rede, e a relação custo-benefício é uma lição pra muita gravadora sem-vergonha por aí.

Tom e Vinicius, não por acaso, já batizam os volumes 1 e 3, cantando as próprias músicas. O volume 2 é dedicado ao Dick Farney, cuja empostação de voz à la Nélson Gonçalves não me convenceu. Voz de Bossa Nova tem que ser miúda e precisa, quase inaudível, como a de João Gilberto. Aliás o João, estranhamente, não dá as caras em nenhum dos vinte volumes. Será que não aprovou a qualidade do som? Não importa, ainda temos Baden, Nara e Marcos Valle pela frente e a expectativa para a coleção do ano que vem: a Folha seguirá a linha das comemorações e investirá nos 30 anos da Lambada?

0 comments :

Postar um comentário

Quem

Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

Busca no blog

Leia

Leia
Cinema-Múndi: Uma viagem pelo planeta através da sétima arte

Leia também

Leia também
A Saga de Tião - Edição Completa

Ouça

Ouça
Sifonics & Lucas Paio - A Terra é Plana

Mais lidos

Leia também


Cinema por quem entende mais de mesa de bar

Crônicas de um mineiro na China


Uma história parcialmente non-sense escrita por Lucas Paio e Daniel de Pinho

Arquivo

Contato

Nome

E-mail *

Mensagem *