26/04/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 17


DE OLHOS BEM FECHADOS
(Eyes Wide Shut, Reino Unido/EUA, 1999, dir. Stanley Kubrick) Curioso: pra mim, a subtrama de suspense funcionou muito mais do que a trama principal do relacionamento entre Tom Cruise e Nicole Kidman. Quando o casal contracena, há bons diálogos mordazes e trocas de insultos, mas é nas cenas envolvendo a festa secreta que Tom Cruise vai de penetra e todas as suas conseqüências inquietantes que o último filme de Kubrick realmente faz jus à sua carreira primorosa. Nota 4/5


OS MUPPETS
(The Muppets, EUA, 2011, dir. James Bobin)
A volta dos Muppets às telonas é boa, mas tinha potencial pra ser bem melhor. As músicas cansam rápido: nunca são lá muito engraçadas e muito menos avançam a história, limitando-se a repetir coisas que acabamos de ver. (Por outro lado, a vencedora do Oscar "Man or Muppet" ganha pontos pela genial participação-surpresa de um certo comediante.) A trama de "reunião de velhos amigos" também fica previsível rápido, e o filme só ganha fôlego mesmo quando começa o show dos Muppets no teatro, depois de mais de 1 hora de projeção. Aí melhora substancialmente, talvez porque as canções passam a fazer muito mais sentido e cada Muppet ganha seu momento solo. (Senti falta de uma presença mais ativa do cachorro pianista, um dos meus preferidos no desenho dos Muppet Babies.) Mas a impressão é que há dois filmes competindo por atenção em Os Muppets: um cheio de idéias bacanas e feitas para agradar um público que já conhece a linguagem cinematógraficas ("Let's travel by map!" e outras piadas metalingüísticas estão por toda parte), e outro bobinho e infantil. Nota 3/5


DRAGÃO VERMELHO
(Manhunter, EUA, 1986, dir. Michael Mann)
Muita gente não sabe, mas foi esta a estréia de Hannibal Lecter (aqui, "Lecktor") no cinema. A trama principal, envolvendo o serial killer "Fada dos Dentes", é eficaz mas menos interessante que as cenas com o famoso canibal; o protagonista William Graham tem a mania chata de falar sozinho (como se "conversasse" com o assassino) e a trilha oitentista, cheia de sintetizadores, não contribui muito com o suspense. Brian Cox, por outro lado, faz um Hannibal bem competente, e é uma pena que apareça tão pouco. Nota 3/5


O SILÊNCIO DOS INOCENTES
(The Silence of the Lambs, EUA, 1991, dir. Jonathan Demme)
Vendo o Dragão Vermelho original e revendo O Silêncio dos Inocentes logo na seqüência, é inevitável comparar. Este aqui é superior em todos os sentidos. Já começa com uma protagonista bem mais interessante e complexa, uma jovem investigadora tentando se auto-afirmar em um mundinho masculino que certamente deve ter influenciado a Debra Morgan de Dexter. Anthony Hopkins foi o responsável por colocar Hannibal no topo da lista dos maiores vilões do cinema do American Film Institute, mas o mais interessante é que seu personagem é um anti-vilão, com regras morais bem particulares. (Sabe quem mais é assim? O Dexter de Dexter!) E o filme ainda vai muito mais além, com o vilão de verdade (Ted Levine) assustando tanto quanto seu colega dr. Lecter e a direção de Jonathan Demme dando aula de como se faz um thriller. Nota 5/5


HANNIBAL
(Reino Unido/EUA, 2001, dir. Ridley Scott)
Sim, é repleto de absurdos, a grande maioria em sua meia hora final – vi pela primeira vez há mais de 10 anos e ainda lembrava bem da refeição cerebral. Sim, o filme desvirtua a personagem de Clarice Starling e é muito difícil conectar a Julianne Moore daqui com a Jodie Foster de lá. Mesmo assim, é um entrenenimento dos bãos. Anthony Hopkins continua muito à vontade como o canibal-título e é bem legal vê-lo em sua “natureza selvagem”. Se não faz jus como seqüência de um dos melhores thrillers dos anos 90, como filme isolado Hannibal funciona bastante. Nota 4/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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