27/08/2007

Que descolorirá



Meu apreço por making-ofs, relatos de autores e entrevistas que esmiúçam processos de criação, já mencionado aqui no blog, vez por outra me faz procurar a origem de obras-primas que me apetecem. Hoje, por exemplo, resolvi pesquisar a história da “Aquarela” do Toquinho, lembrando do que ele disse no show do Chevrolet, que aquela era uma canção sobre despedida. E fiz uma descoberta surpreendente: a música, cuja letra parece ter sido escrita sob encomenda para a Faber-Castell, não foi nem mesmo composta em português.

Disse o Toco: Aquarela é o presente que todo autor deseja em sua carreira. Foi feita num impulso de inspiração, em 15 minutos, junto com o músico italiano Maurizio Fabrizio. A letra original, em italiano, é do Guido Morra, e depois eu fiz a versão para a língua portuguesa. Foi a primeira música que fizemos para um grande projeto fonográfico lançado na Itália a partir de 1982. É uma canção que, apesar de falar de uma drástica realidade, que tudo um dia terminará, envolve essa realidade de um lirismo que encanta desde crianças até idosos.

E tem o caso do “Jardim da Fantasia”. Era uma canção da qual eu já gostava bastante. Um dia me contaram que o Paulinho Pedrazul tinha feita música em homenagem à sua falecida esposa, o que fazia todo o sentido e dava uma cara ainda mais poética, triste e bela a versos como “Me beije só mais uma vez / Depois volte pra lá”. Eis que minha curiosidade me fez usar o Google e topar com uma entrevista do próprio Paulinho.

Disse o Pedra: As pessoas comentam que foi uma música que fiz para uma noiva que eu tinha e que morreu. Mas isso é mentira, não existe morte nessa música. Foi invenção de algumas pessoas que escutaram e, por conta própria, espalharam essa história, que eu não consigo desmentir até hoje. A pessoa para a qual eu fiz a música está viva, foi a primeira namorada que eu tive em Pedra Azul.

Como disse o De Pinho, só falta agora o Eric Clapton revelar que nunca teve filho...

Leia também:

  • Moça, olha sóEntrevistados fazendo papel de ridículos ganham fama rápido na Internet. Vide Ruth Lemos e seu sanduíche-íche com cálidad dividivide. Vide Severino Ca… Read More
  • Pra celebrar a nossa falta de assunto, vamo todo mundo cantar juntoou: Mim gosta ganhar dinheiroGosto muito do Ultraje a Rigor. Já tocamos ao vivo várias de suas músicas. "Ciúme" e "Filha da Puta" estavam em nosso pri… Read More
  • Músicas esdrúxulasQueria fazer um top 5, mas como só encontrei quatro itens, aí vai um:Top 4 músicas repletas de proparoxítonas4) Robocop Gay (Mamonas Assassinas)Um ser… Read More
  • Amigo da águaO máximo que eu vi de Pop Rock Brasil esse final de semana foi um trechinho do Dead Fish tocando no rádio (trechinho mesmo, não consegui ouvir mais de… Read More
  • Além do que se ouveRádio Biselho. Trazendo o melhor do rock brasileiro, jazz internacional, musiquinhas de videogame, bandas independentes e jingles de refrigerante pra … Read More

0 comments :

Postar um comentário

Quem

Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

Busca no blog

Leia

Leia
Cinema-Múndi: Uma viagem pelo planeta através da sétima arte

Leia também

Leia também
A Saga de Tião - Edição Completa

Ouça

Ouça
Sifonics & Lucas Paio - A Terra é Plana

Mais lidos

Leia também


Cinema por quem entende mais de mesa de bar

Crônicas de um mineiro na China


Uma história parcialmente non-sense escrita por Lucas Paio e Daniel de Pinho

Arquivo

Contato

Nome

E-mail *

Mensagem *