Que descolorirá
Meu apreço por making-ofs, relatos de autores e entrevistas que esmiúçam processos de criação, já mencionado aqui no blog, vez por outra me faz procurar a origem de obras-primas que me apetecem. Hoje, por exemplo, resolvi pesquisar a história da “Aquarela” do Toquinho, lembrando do que ele disse no show do Chevrolet, que aquela era uma canção sobre despedida. E fiz uma descoberta surpreendente: a música, cuja letra parece ter sido escrita sob encomenda para a Faber-Castell, não foi nem mesmo composta em português.
Disse o Toco: “Aquarela é o presente que todo autor deseja em sua carreira. Foi feita num impulso de inspiração, em 15 minutos, junto com o músico italiano Maurizio Fabrizio. A letra original, em italiano, é do Guido Morra, e depois eu fiz a versão para a língua portuguesa. Foi a primeira música que fizemos para um grande projeto fonográfico lançado na Itália a partir de 1982. É uma canção que, apesar de falar de uma drástica realidade, que tudo um dia terminará, envolve essa realidade de um lirismo que encanta desde crianças até idosos.”
E tem o caso do “Jardim da Fantasia”. Era uma canção da qual eu já gostava bastante. Um dia me contaram que o Paulinho Pedrazul tinha feita música em homenagem à sua falecida esposa, o que fazia todo o sentido e dava uma cara ainda mais poética, triste e bela a versos como “Me beije só mais uma vez / Depois volte pra lá”. Eis que minha curiosidade me fez usar o Google e topar com uma entrevista do próprio Paulinho.
Disse o Pedra: “As pessoas comentam que foi uma música que fiz para uma noiva que eu tinha e que morreu. Mas isso é mentira, não existe morte nessa música. Foi invenção de algumas pessoas que escutaram e, por conta própria, espalharam essa história, que eu não consigo desmentir até hoje. A pessoa para a qual eu fiz a música está viva, foi a primeira namorada que eu tive em Pedra Azul.”
Como disse o De Pinho, só falta agora o Eric Clapton revelar que nunca teve filho...
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