18/04/2010

Sabadão no Art District



Um dos meus lugares favoritos de Beijing é o 798 Art District, também conhecido por uma cacetada de nomes: 798 Art Zone, Factory 798, Dashanzi Art District e o nome chinês, 798艺术区 (Qījiǔbā Yìshùqū).

O espaço remonta aos anos 50, quando era um complexo de fábricas projetado por especialistas da Alemanha Oriental e se chamava Factory 718. Não me perguntem por que o 718 virou 798. Já o "Art District" é fácil de explicar: depois que as indústrias estatais entraram em declínio nos anos 90, artistas de todos os tipos tomaram os prédios das fábricas abandonadas e transformaram o conjunto industrial em um bairro artístico cheio de galerias, estúdios, bares e restaurantes.

Indicado não apenas para quem se interessa por artes visuais, o 798 é um lugar aprazível para passar uma tarde de sábado, entrando a esmo em galerias, admirando esculturas bizarras e tirando fotos de achados curiosos. Numa hora você encontra uma exposição de arte norte-coreana, calcada, obviamente, no orgulho militar. Noutra, se esbarra com uma coleção de fotografias sobre o catolicismo na zona rural chinesa e vê situações inimagináveis, como a parede que exibia lado a lado os retratos de Jesus e Mao Tsé-Tung.

Um apanhado de fotos que tirei no 798 no último fim-de-semana:


Entre desenhos realistas e exageradas caricaturas, nem o Ronaldinho Gaúcho escapou. 


Patinando em cima de um carrinho, tá na cara que vai cair e esfolar a fuça.


Garçom, traz mais uma tijolada!


Só no 798: uma exposição de arte dentro do busão.


O paramentado interior do balaio.


E essa aí exibindo as pernocas pra galera do fundão.


Tá pedindo desculpa pros carnívoros ou pros indianos?


Cara-metade (turum tsssss)


Pedir carona ainda vai, mas precisava do bunda-lelê?


Não se pode mais caçar em paz como antigamente...


No 798, prédios abandonados viram alvo fácil para grafiteiros e afins.


Um corredor aparentemente sujo e mal-pintado pode esconder surpresas...


... como um dragão de língua de fora...


... ou um elaborado desenho em azul e preto de um grandalhão sisudo.


O nome da escultura: 工作中 (gōngzuòzhōng), ou "Homem Trabalhando".


Yoga avançada.


Não sei quem inspira mais pena: ela, presa numa jaula com um gigante nu, ou ele, pateticamente desproporcional.


O bócio, nesse caso, é o menor dos problemas.


Coisa Addams encontrou seu par.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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