01/06/2010

Mongólia Interior: o fim da viagem



Dia 4 – Terça-feira, 4 de maio de 2010 

04:14 
Estamos na estrada há 15 horas. O efeito do Dramin está quase passando e, ainda meio dormindo, percebo que o ônibus se move um pouco. A velocidade é mínima, mas já é um avanço.

06:30 
Já é dia há mais de uma hora e enfim encontramos um carro de polícia para tentar entender que porra está acontecendo. Já esclareço que até agora não descobri. Sei que a cada poucos quilômetros há um pedágio e minha suspeita é que eles fechavam a passagem nesses locais para que o trânsito fluísse mais à frente. O guia desceu pra conversar com um policial e disse depois que havia obras na pista. Mas o americano e o panamenho mala da minha sala, que estavam em outra excursão, contaram que o guia deles ligou pra polícia e jogou um migué, dizendo que o ônibus estava cheio de estrangeiros que precisavam pegar um vôo em Beijing de volta pra casa. Minutos depois, o caminho estava livre para eles. No nosso caso, após a conversa do guia com o guarda, aconteceu a mesma coisa: sem mais nem menos, o trânsito fluiu.

07:20 
Durante nossa primeira parada desde que o trânsito começou a pifar, pergunto ao guia quanto falta para chegarmos e ele diz que estamos a 180 quilômetros de Beijing. Isso mesmo, cento e oitenta. Em doze horas, andamos vinte quilômetros. Uma média incrível de 1,6 km/h!

10:52 
Quatro horas após o trânsito voltar a fluir, quinze horas após a previsão inicial de chegada, vinte e uma horas após sairmos do deserto de Kubuqi, estamos de volta à boa e velha Beijing. Fica a lição: na próxima viagem, eu vou de trem. Pegar ônibus na China em fim de feriado é coisa de mongol.

E pra fechar a programação, fiquem agora com mais um apanhadão de fotos da Mongólia Interior: 


"Aiôôôôô Rex!" A chinesinha se empolgou com a galera cavalgando perto dela e resolveu abusar da boa vontade do Totó. 


Não basta ser pai: tem que botar o filho na garupa da moto sem capacete.


Mongol que é mongol não liga pra conforto.


E ele tá em todas mesmo: olha o maço vermelho e branco aí na foto. "Chinggis Khan", claro, nada mais é que uma variação local do nome do titio Gênghis.


Taí um lustre curioso.


E uma passarela também.


Alguns yurts do nosso acampamento tinham essa decoração inusitadamente MTVesca. Quando fui ver, descobri que eram yurts que karaokê!


Istáile!


Seqüência de placas em Chinglish. A primeira não sabe a diferença de um C para um E.


A segunda não faz idéia da direção que um D decente deve apontar.


E a terceira faz um pedido comovente: "deixe o lixo voltar para a casa dele".


Cuidado, doutor! O Pac-Man vai comer seu braço!


Galera chegando no deserto, aquele mar de areia pela frente e a chinesada só queria saber de encarar os estrangeiros.


Lojinha de souvenirs na entrada do deserto: tem camelo pra Mallu Magalhães nenhuma botar defeito (turum tssss...).


Fila para o teleférico no deserto: isso é lá roupa de andar na areia, fia?! 


Eu e o Gênghis. 

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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