Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 25
A CAÇADA AO OUTUBRO VERMELHO (The Hunt for Red October, EUA, 1990, dir. John McTiernan)
Estréia cinematográfica de Jack Ryan, que depois seria vivido por Harrison Ford e Ben Affleck, e aqui é um Alec Baldwin quase sempre calmo e compreendendo a situação. O fio principal da trama é intrigante, com o capitão russo que quer pedir asilo nos EUA. Mas sinceramente, achei o roteiro confuso, com muitos jargões navais e personagens parecidos. Não ajuda a opção por colocar os russos falando em inglês, mas como se na verdade estivessem falando russo – quando Jack Ryan finalmente encontra o capitão (Sean Connery, que sequer tenta fingir um sotaque diferente), já não sabemos que diabo de língua eles estão falando. É um bom filme, mas me deixou com pouca vontade de conferir outras adaptações de Tom Clancy. Nota 3/5
DURO DE MATAR - A VINGANÇA (Die Hard: With a Vengeance, EUA, 1995, dir. John McTiernan)
Agora a ação acontece em toda a Nova York, e não mais confinada em um só lugar. Se isso tira o que era uma marca registrada da série até então, a correria desenfreada de lá pra cá rende bons momentos, como o "atalho" pelo Central Park. A ausência da esposa, que nos outros era o motor que levava McClane a tomar atitude, é compensada de certa forma pela presença de Samuel Jackson como uma espécie de sidekick (e fazendo basicamente o mesmo papel que ele sempre repete, de Pulp Fiction a Serpentes a Bordo). O filme tem sua parcela de tropeços, como as conveniências de roteiro (um caminhoneiro especialista em história americana?) e a gagueira constrangedora de Jeremy Irons, mas nunca deixa a peteca cair. Nota 4/5
VALENTE (Brave, EUA, 2012, dir. Mark Andrews & Brenda Chapman)
O elenco é divertido: uma princesa não corresponde aos padrões Disney de beleza ou de subserviência a um príncipe encantado, um rei bonachão, trigêmeos peraltas e a rainha que tem seus melhores momentos quando se descobre "transmogrificada" (dica: o título original do projeto era The Bear and the Bow). Há gags muito boas, como a secretária eletrônica movida a bruxaria e os nomes-referências dos clãs (Macintosh, MacGuffin). O ponto fraco é mesmo o roteiro, que atira pra todo lado: a cada vinte minutos, um plot é abandonado para dar lugar a outro – os pretendentes da princesa, por exemplo, são muito pouco aproveitados. Se com isso o filme nunca fica chato, por outro lado falta coesão. Não que todo filme da Pixar tenha que ter o brilhantismo do final de Ratatouille ou do início de Up, mas, por mais que eu tenha achado Valente um bom entretenimento e deteste admitir, a Pixar pode fazer muito melhor. Nota 3/5