03/04/2004

Na falta de assunto, vamos a listas esdrúxulas

Jornalistas adoram fazer listas quando falta notícia. Dá-lhe "100 melhores discos", "100 maiores vilões" ou "100 melhores diretores ucranianos que tiveram problemas com marimbondos na infância". No jornalismo musical então nem se fala. A revista Zero, por exemplo, adora fazer isso. Em dois anos de vida, já fez "20 discos mais bombásticos", "25 melhores do rock brasileiro" e "100 discos que você deve ter".

Não os culpo. Fazer lista é um negócio legal, mas sou adepto da escola "Alta Fidelidade": listas têm que ser algo extremamente pessoal e subjetivo. Não adianta fazer lista dos melhores discos de todos os tempos porque sempre vai ser Beatles, Pink Floyd, o Pet Sounds do Beach Boys, etc. Legal mesmo é uma lista dos, digamos, melhores discos pra você. Só que hoje a minha seleção de melhores/maiores não vai ser sobre música, mas de um assunto um pouquinho diferente:

Os 3 tombos mais engraçados que já tomei

3) Postinho da Av. Amazonas, 2002: lá estava eu conversando com o pessoal antes de alguma prova, sentado naquelas cadeiras de plástico. O chão era todo esburacado e por alguma coincidência do destino os dois pés de trás entraram nas pequenas valas enquanto os da frente continuaram na altura normal. Resultado: cai pra trás, em câmera lenta ainda. O povo até hoje lembra das minhas pernas pra cima.

2) Sala de aula, 1999: eu tava correndo de alguém, provavelmente por causa de alguma brincadeira besta. Chegou um ponto da fuga em que eu não tinha espaço mais para correr pros lados, exceto se eu pulasse por cima da cadeira. Eram aquelas que já vêm com mesa grudada, ligada por meio de um braço só. O infeliz aqui pisou em cima do braço da cadeira e ficou parado lá por mais de meio segundo. Resultado: desabei como um prédio em implosão, no meio de mochilas e cadeiras que caíram também. Passei o resto da aula tentando arrumar a pulseira do meu relógio, que saiu do meu pulso e estragou (!!) no meio do tombo.

1) Quadra da minha escola, 2000: início da aula de Educação Física. O professor ainda não tinha chegado e um bando de garotos mais novos começam a xingar do lado de fora da grade: "Seus cuzões! Seus cagões", rindo à beça. "Vamos correr pra passar um susto neles", combinamos, e começamos a correr em direção à grade. Eles saem correndo como esperado. Minha lembrança seguinte é a de escorregar no chão, que estava molhado, e me esborrachar feio. Olho pra frente e estão caídos também o Matheus Isoni e o Adriano (atualmente, baterista do ABWNN). Nossa sorte foi que os moleques não viram, se não perderíamos qualquer resquício de moral que ainda tivéssemos com eles. Mas todos os nossos colegas de sala viram. O Leandro, inclusive, ri disso até hoje.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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