A Volta do Malandro ou: Paratodos?
O maior evento cultural em Beagá ontem foi a fila do ingresso pro show do Chico Buarque. 12 horas de diversão debaixo de sol quente, praticamente uma rave. A fila começava na porta do Palácio das Artes, subia a Carandaí e abraçava o Parque Municipal. Tudo pra ver o velho gago. E, enquanto as vendas lá dentro caminhavam a passos de formiga, do lado de fora estavam centenas de desocupados de todas as idades esperando, esperando, esperando, esperando a sorte. Vendedores de cerveja aproveitaram pra fazer uma graninha e ativistas do Green Peace convocavam a galera a lutar por um mundo melhor. Não tardaram a aparecer a TV e os jornais, e eu e meus amigos até concedemos uma entrevista ao SBT, mas não era ao vivo e parece que ficou abandonada na sala de edição. Pelo menos apareci fazendo cara de paisagem ao fundo, enquanto a repórter comentava sobre o quilométrico amontado de pessoas que fazia da calçada da Afonso Pena sua segunda casa. Resumo da ópera do malandro: os ingressos camaradas se esgotaram às 8 da noite, graças à estúpida cota de 30% de meias-entradas estipulada por não-sei-quem. Mas pra quem já fizera todas as refeições do dia ali mesmo, o papelzinho com data, hora e lugar marcado tinha virado questão de honra. E a recompensa vem em dezembro: ver o malandro na praça, pela primeira vez.
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