Os bastidores de Oui Uai
4a Mostra de Cinema de Ouro Preto
Parte II
19-23 de junho de 2009
Descer ladeira até o Centro de Convenções indica uma custosa subida na hora da volta. É pouco mais de um quilômetro do meu albergue até lá, mas vai fazer isso várias vezes ao dia pra ver como a perna fica. Pelo menos o espaço armado lá dentro (o nome oficial é "Cine-Bar-Café") tem bancos e puffs esparramados pra aplacar cansaço e preguiça. E de madrugada - pois os shows noturnos também acontecem por lá - o álcool ajuda a criar coragem de caminhar morro acima no inverno ouro-pretano de lascar.
É no Centro de Convenções que nos reunimos para pegar o crachá e o material didático (leia-se: pasta de papelão, bloco de anotações e caneta) no primeiro dia da oficina de Realização em Curta Documental. Várias outras também acontecem por ali, a maioria de cunho teórico - História e Cinema Brasileiro, Conservação de Acervos Fotográficos, A Forma e a Informação no Documentário. A nossa é diferente: temos 4 dias para bolar, produzir e editar um documentário em curta-metragem de dez, quinze minutos.
Nosso instrutor é o Bigode, também conhecido por Luiz Carlos Lacerda, cineasta carioca que desde os anos setenta dirigiu um zilhão de curtas, médias e longas, dentre os quais a cinebiografia da Leila Diniz. Abre a aula com a tradicional introdução de primeiro dia: diga pra turma seu nome, sua cidade, sua profissão. Muitos publicitários (eu incluso), gente que já fez o curso da Escola Livre de Cinema (eu também), moradores de Ouro Preto (eu não) e estudantes de teatro (também não). Depois dá uma geral em termos técnicos - tipos de planos, planilhas de produção - e vai direto ao assunto:
- A produção da mostra me pediu que o tema do nosso curta se relacione de alguma forma ao Ano da França no Brasil. Como estamos em Ouro Preto, pensei em fazermos sobre a influência da Revolução Francesa na Inconfidência Mineira.
As idéias começam a surgir: vamos falar com historiadores? Com o diretor do Museu da Inconfidência? Com a curadora da exposição no Museu sobre Inconfidência e Revolução Francesa? Ou vamos atrás de fontes não-oficiais, investigar o lado B da História, entrevistar a maluca que se veste de Marília de Dirceu? Muita gente está bem familiarizada com o assunto (o que não é exatamente o meu caso) e contribui com suas sugestões.
Chega a hora de dividir as funções. Somos mais de trinta, o que se mostra gente pra burro - o número oficial de vagas era 25, e mesmo isso já seria muita coisa. Porque em documentário são poucos os departamentos: roteiro, direção, câmera, edição, produção. Nada de figurino, necas de direção de arte. E aí rola o esperado: todo mundo quer dirigir, ninguém quer produzir, no final ficamos com 8 roteiristas, 8 diretores e só 4 produtores pra dar conta dessa demanda toda. Eu também fujo da produção e fico no time do roteiro.
Claro: oito roteiristas também é demais. Fazemos uma reunião no andar de baixo, cercados por painéis com fotos da Zezé Motta, e é um custo decidirmos uma linha a seguir. As idéias são vagas, abstratas, e é preciso que o Bigode ponha ordem na casa para que pensemos objetivamente e anotemos (o presente do subjuntivo no plural é feio pra cacete!) uma lista de uns dez possíveis entrevistados. Enquanto isso, uma equipe já sai por Ouro Preto para fazer planos genéricos da cidade, que acabaram não sendo aproveitados porque já era fim de tarde e a luz não ficou boa.
Sábado, 20 de junho.
O primeiro dia de produção começa com uma filmagem com José Efigênio, um artista plástico (eu achava que era historiador, mas na legenda do filme tá artista plástico) que já adianta que a Revolução Francesa não teve efeito nenhum na Inconfidência, porque aconteceram na mesma época: a influência foi das idéias iluministas francesas, que inspiraram movimentos tanto lá quanto cá. Depois de um almoço meia-boca (não tinha nem carne que prestasse), filmamos com o ator Paulo Augusto de Lima, que recita trechos do "Romanceiro da Inconfidência" (Cecília Meireles, 1953) em locais apropriados como a Ponte e o Chafariz de Marília:
Domingo, 21 de junho.
Tião do Doce é uma figura folclórica de Ouro Preto. Vende cocadas e cajuzões a R$ 1,50 cada, geralmente em frente à Igreja de São Francisco de Assis, e é também compositor das canções e marchinhas que canta entre uma venda e outra. Eu tinha apostado com uma das colegas de oficina, ouropretana de nascença, que ele teria alguma música sobre a Inconfidência. Ela achava que não. Valia um cajuzão do próprio. Perguntamos pra ele e a resposta é sim: tem várias. Ganho o cajuzão e o Seu Tião ganha a honra de abrir e fechar o nosso curta com seu repertório batucado na caixa de doces:
Domingo é o dia das figuras pitorescas: depois de registrarmos cenas da exposição sobre França e Inconfidência que acontece no Anexo do Museu, partimos para a filmagem com a bailarina carioca Adriana Andrade, que há anos transita por Ouro Preto vestida como Marília de Dirceu. Chapéus, vestidos, anáguas, sombrinhas. Fala em nome de Marília, assina Marília, respira Marília. A gravação dura um tempo considerável, ela chora ao contar casos de Tomás Antônio Gonzaga, permite que apenas poucos da equipe entrem na casa. Mas não sei se é tão pirada quanto pintam na cidade. Estranha, sim, mas me pareceu bem lúcida quando fala sobre os inconfidentes, como no depoimento que fecha o filme: "As pessoas geralmente não se lembram disso, a não ser no 21 de abril, que é aquela coisa meramente teatral. Ir à praça, botar um buquezinho de flor, meia dúzia de palavras discursadas, e acabou o 21 de abril o Brasil todo não sabe quem é Tiradentes nem sabe o que representou o peso que a atitude dessas essas pessoas tiveram pra nós."
Segunda, 22 de junho.
Até então, estava me sentindo meio fora d'água, sem muito o que fazer - com o roteiro pronto desde sexta, a maioria das decisões eram tomadas agora por diretores e produtores (e posteriormente na edição, que é onde realmente se resolve um documentário). Mas com o adiantamento de uma cena e a não-aparição do diretor responsável por ela na segunda-feira de manhã, acabo aceitando o convite para dirigi-la.
A cena é com João Aidar Filho, antropólogo e também colega nosso na oficina. Falou tanto sobre o assunto na pré-produção que o Bigode praticamente o intimou a dar seu depoimento perante a câmera. O cenário escolhido é a Escola de Minas e sua Biblioteca de Livros Raros. Sugiro colocar o João andando, pra variar um pouco - a maioria dos entrevistados falavam parados. O primeiro take é na biblioteca, o segundo no pátio (esse acabou não sendo aproveitado, porque tinha muito barulho de carros e motos) e o terceiro também no mesmo lugar, só que este último com o João sentado. Ainda na Escola de Minas, sou entrevistado pela TV Mostra e apareço depois nas telonas do Cine-Praça e Cine Vila Rica (quem quiser ver, tá aqui).
À tarde, mais Paulo Augusto recitando Cecília, desta vez na imponente casa de Tomás Gonzaga. Ele aproveita e lê também, dramaticamente, a sentença de Tiradentes: "E separada a cabeça do corpo, seja levada a Villa Rica, onde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma!".
Terça, 23 de junho.
Na terça-feira já estou de volta a BH. Enquanto isso, ainda filmam em Ouro Preto - já tínhamos recebido os certificados e encerrado oficialmente a oficina, mas precisavam gravar com o dr. Rui Mourão, diretor do Museu da Inconfidência, e ele só podia na terça. E eu trabalhando em Beagá, pensando assim: essa trabalheira toda e não vou ver o resultado. O filme estrearia no Cine Vila Rica às 21 horas, fechando a CineOP, e sabe-se lá quando - e se - conseguiríamos uma cópia.
Conclusão: peguei o ônibus da Pássaro Verde depois do trabalho e voltei para Ouro Preto a tempo de prestigiar a estréia de "Oui Uai", nome franco-mineiro que nosso curta recebeu (suspeito que o Bigode já tinha o título na cabeça desde o começo). Paulo Augusto, o ator, e Marília de Dirceu, vestida a caráter, também compareceram. Seu Tião do Doce, infelizmente, juntou toda a família para assistir ao seu momento de glória mas errou de lugar e foi parar na Casa da Ópera, uma pena.
Mas quanto à cópia: foi mais fácil que eu imaginava. Os dezessete minutos e vinte segundos de "Oui Uai" já caíram na internet, é só clicar aqui e assistir no Vimeo. Maluco, engraçado e razoavelmente coeso, para um filme feito por mais de trinta cabeças. Fica aqui meu agradecimento a todos os colegas de oficina, à turma que ajudou na produção (transporte, câmeras, edição) e ao Bigode.
No próximo post, os prêmios dos melhores e piores da quarta CineOP.
Parte II
19-23 de junho de 2009
Descer ladeira até o Centro de Convenções indica uma custosa subida na hora da volta. É pouco mais de um quilômetro do meu albergue até lá, mas vai fazer isso várias vezes ao dia pra ver como a perna fica. Pelo menos o espaço armado lá dentro (o nome oficial é "Cine-Bar-Café") tem bancos e puffs esparramados pra aplacar cansaço e preguiça. E de madrugada - pois os shows noturnos também acontecem por lá - o álcool ajuda a criar coragem de caminhar morro acima no inverno ouro-pretano de lascar.
É no Centro de Convenções que nos reunimos para pegar o crachá e o material didático (leia-se: pasta de papelão, bloco de anotações e caneta) no primeiro dia da oficina de Realização em Curta Documental. Várias outras também acontecem por ali, a maioria de cunho teórico - História e Cinema Brasileiro, Conservação de Acervos Fotográficos, A Forma e a Informação no Documentário. A nossa é diferente: temos 4 dias para bolar, produzir e editar um documentário em curta-metragem de dez, quinze minutos.
Nosso instrutor é o Bigode, também conhecido por Luiz Carlos Lacerda, cineasta carioca que desde os anos setenta dirigiu um zilhão de curtas, médias e longas, dentre os quais a cinebiografia da Leila Diniz. Abre a aula com a tradicional introdução de primeiro dia: diga pra turma seu nome, sua cidade, sua profissão. Muitos publicitários (eu incluso), gente que já fez o curso da Escola Livre de Cinema (eu também), moradores de Ouro Preto (eu não) e estudantes de teatro (também não). Depois dá uma geral em termos técnicos - tipos de planos, planilhas de produção - e vai direto ao assunto:
- A produção da mostra me pediu que o tema do nosso curta se relacione de alguma forma ao Ano da França no Brasil. Como estamos em Ouro Preto, pensei em fazermos sobre a influência da Revolução Francesa na Inconfidência Mineira.
As idéias começam a surgir: vamos falar com historiadores? Com o diretor do Museu da Inconfidência? Com a curadora da exposição no Museu sobre Inconfidência e Revolução Francesa? Ou vamos atrás de fontes não-oficiais, investigar o lado B da História, entrevistar a maluca que se veste de Marília de Dirceu? Muita gente está bem familiarizada com o assunto (o que não é exatamente o meu caso) e contribui com suas sugestões.
Chega a hora de dividir as funções. Somos mais de trinta, o que se mostra gente pra burro - o número oficial de vagas era 25, e mesmo isso já seria muita coisa. Porque em documentário são poucos os departamentos: roteiro, direção, câmera, edição, produção. Nada de figurino, necas de direção de arte. E aí rola o esperado: todo mundo quer dirigir, ninguém quer produzir, no final ficamos com 8 roteiristas, 8 diretores e só 4 produtores pra dar conta dessa demanda toda. Eu também fujo da produção e fico no time do roteiro.
Claro: oito roteiristas também é demais. Fazemos uma reunião no andar de baixo, cercados por painéis com fotos da Zezé Motta, e é um custo decidirmos uma linha a seguir. As idéias são vagas, abstratas, e é preciso que o Bigode ponha ordem na casa para que pensemos objetivamente e anotemos (o presente do subjuntivo no plural é feio pra cacete!) uma lista de uns dez possíveis entrevistados. Enquanto isso, uma equipe já sai por Ouro Preto para fazer planos genéricos da cidade, que acabaram não sendo aproveitados porque já era fim de tarde e a luz não ficou boa.
Sábado, 20 de junho.
O primeiro dia de produção começa com uma filmagem com José Efigênio, um artista plástico (eu achava que era historiador, mas na legenda do filme tá artista plástico) que já adianta que a Revolução Francesa não teve efeito nenhum na Inconfidência, porque aconteceram na mesma época: a influência foi das idéias iluministas francesas, que inspiraram movimentos tanto lá quanto cá. Depois de um almoço meia-boca (não tinha nem carne que prestasse), filmamos com o ator Paulo Augusto de Lima, que recita trechos do "Romanceiro da Inconfidência" (Cecília Meireles, 1953) em locais apropriados como a Ponte e o Chafariz de Marília:
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
uns sugerem, uns recusam,
uns ouvem, uns aconselham.
Se a derrama for lançada,
há levante, com certeza!
à luz de velas acesas,
uns sugerem, uns recusam,
uns ouvem, uns aconselham.
Se a derrama for lançada,
há levante, com certeza!
Domingo, 21 de junho.
Tião do Doce é uma figura folclórica de Ouro Preto. Vende cocadas e cajuzões a R$ 1,50 cada, geralmente em frente à Igreja de São Francisco de Assis, e é também compositor das canções e marchinhas que canta entre uma venda e outra. Eu tinha apostado com uma das colegas de oficina, ouropretana de nascença, que ele teria alguma música sobre a Inconfidência. Ela achava que não. Valia um cajuzão do próprio. Perguntamos pra ele e a resposta é sim: tem várias. Ganho o cajuzão e o Seu Tião ganha a honra de abrir e fechar o nosso curta com seu repertório batucado na caixa de doces:
Recordação de um passado presente
Da memória que ficou, ou ou
Os rochedos dessa terra
Contam como começou
A descoberta do ouro
Foi Portugal quem ganhou, ou ou
Da memória que ficou, ou ou
Os rochedos dessa terra
Contam como começou
A descoberta do ouro
Foi Portugal quem ganhou, ou ou
Domingo é o dia das figuras pitorescas: depois de registrarmos cenas da exposição sobre França e Inconfidência que acontece no Anexo do Museu, partimos para a filmagem com a bailarina carioca Adriana Andrade, que há anos transita por Ouro Preto vestida como Marília de Dirceu. Chapéus, vestidos, anáguas, sombrinhas. Fala em nome de Marília, assina Marília, respira Marília. A gravação dura um tempo considerável, ela chora ao contar casos de Tomás Antônio Gonzaga, permite que apenas poucos da equipe entrem na casa. Mas não sei se é tão pirada quanto pintam na cidade. Estranha, sim, mas me pareceu bem lúcida quando fala sobre os inconfidentes, como no depoimento que fecha o filme: "As pessoas geralmente não se lembram disso, a não ser no 21 de abril, que é aquela coisa meramente teatral. Ir à praça, botar um buquezinho de flor, meia dúzia de palavras discursadas, e acabou o 21 de abril o Brasil todo não sabe quem é Tiradentes nem sabe o que representou o peso que a atitude dessas essas pessoas tiveram pra nós."
Segunda, 22 de junho.
Até então, estava me sentindo meio fora d'água, sem muito o que fazer - com o roteiro pronto desde sexta, a maioria das decisões eram tomadas agora por diretores e produtores (e posteriormente na edição, que é onde realmente se resolve um documentário). Mas com o adiantamento de uma cena e a não-aparição do diretor responsável por ela na segunda-feira de manhã, acabo aceitando o convite para dirigi-la.
A cena é com João Aidar Filho, antropólogo e também colega nosso na oficina. Falou tanto sobre o assunto na pré-produção que o Bigode praticamente o intimou a dar seu depoimento perante a câmera. O cenário escolhido é a Escola de Minas e sua Biblioteca de Livros Raros. Sugiro colocar o João andando, pra variar um pouco - a maioria dos entrevistados falavam parados. O primeiro take é na biblioteca, o segundo no pátio (esse acabou não sendo aproveitado, porque tinha muito barulho de carros e motos) e o terceiro também no mesmo lugar, só que este último com o João sentado. Ainda na Escola de Minas, sou entrevistado pela TV Mostra e apareço depois nas telonas do Cine-Praça e Cine Vila Rica (quem quiser ver, tá aqui).
À tarde, mais Paulo Augusto recitando Cecília, desta vez na imponente casa de Tomás Gonzaga. Ele aproveita e lê também, dramaticamente, a sentença de Tiradentes: "E separada a cabeça do corpo, seja levada a Villa Rica, onde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma!".
Terça, 23 de junho.
Na terça-feira já estou de volta a BH. Enquanto isso, ainda filmam em Ouro Preto - já tínhamos recebido os certificados e encerrado oficialmente a oficina, mas precisavam gravar com o dr. Rui Mourão, diretor do Museu da Inconfidência, e ele só podia na terça. E eu trabalhando em Beagá, pensando assim: essa trabalheira toda e não vou ver o resultado. O filme estrearia no Cine Vila Rica às 21 horas, fechando a CineOP, e sabe-se lá quando - e se - conseguiríamos uma cópia.
Conclusão: peguei o ônibus da Pássaro Verde depois do trabalho e voltei para Ouro Preto a tempo de prestigiar a estréia de "Oui Uai", nome franco-mineiro que nosso curta recebeu (suspeito que o Bigode já tinha o título na cabeça desde o começo). Paulo Augusto, o ator, e Marília de Dirceu, vestida a caráter, também compareceram. Seu Tião do Doce, infelizmente, juntou toda a família para assistir ao seu momento de glória mas errou de lugar e foi parar na Casa da Ópera, uma pena.
Mas quanto à cópia: foi mais fácil que eu imaginava. Os dezessete minutos e vinte segundos de "Oui Uai" já caíram na internet, é só clicar aqui e assistir no Vimeo. Maluco, engraçado e razoavelmente coeso, para um filme feito por mais de trinta cabeças. Fica aqui meu agradecimento a todos os colegas de oficina, à turma que ajudou na produção (transporte, câmeras, edição) e ao Bigode.
No próximo post, os prêmios dos melhores e piores da quarta CineOP.
Brasil , cinema , cinema brasileiro , curtas , making of , Mostra de Ouro Preto , oficinas , Oui Uai , Ouro Preto , viagens , vídeos
0 comments :
Postar um comentário