04/08/2010

Xi'an, parte 5 – A muralha da cidade

 

Quem conhece Belo Horizonte fatalmente já passou pela Avenida do Contorno. O nome é auto-explicativo: ao longo dos seus 12 quilômetros (valeu, Google Maps), a Contorno circunda toda a região central de BH, dividindo o trecho cuidadosamente desenhado e planejado da parte caótica e imensamente maior, que cresceu desordenada depois da fundação da cidade. 

A muralha que separa a Xi'an histórica da metrópole erguida ao seu redor nem imagina a semelhança que guarda com a avenida belo-horizontina. Mas, assim como andarilhos bem dispostos podem sair e chegar ao mesmo ponto da Contorno apenas seguindo em frente, a muralha de Xi'an permite um passeio ao longo de seus 14 quilômetros partindo e terminando no mesmo local de origem. 

 

A Contorno é uma pirralha baixinha perto de sua prima distante chinesa: a muralha de Xi'an foi construída em 1370, durante a dinastia Ming, e tem uma altura de 12 metros. É a mais bem preservada muralha urbana da China. (Não confundir com a Grande Muralha da China, que é outra coisa.) Antigamente feita para proteger os habitantes e escorraçar os invasores, hoje é óbvia e exclusivamente turística. Pode-se subir a partir de um dos vários portões espalhados pela cidade, mas o mais imponente é o Portão Sul, convenientemente localizado a poucos metros do albergue onde fiquei. 

 
A muralha de Xi'an: é, literalmente, de perder de vista. 

Os animados podem caminhar todos os quatorze quilômetros ou alugar uma bicicleta. Preguiçosos com dinheiro no bolso têm a opção de um carrinho de golfe, que leva os turistas por uma volta completa. Quem quiser só passear pode subir, observar o constraste entre as construções antigas do lado de cá e os prédios modernosos do lado de lá, andar um pouco e descer. Admirar o pôr-do-sol é outra possibilidade, mas só para os sortudos – todo entardecer que passei em Xi'an estava nublado ou chovendo. 

De toda forma, lugar alto é sempre bom pra observar a vida passando lá embaixo: a confusão no trânsito, os velhinhos se exercitando de forma amalucada no parque ou até aquela gatinha nua tomando banho de sol, como captado pela indiscreta câmera do Boca de Gafanhoto. 

 

 

Essa barraquinha só vende os itens indispensáveis: chá, café, chá com leite, macarrão com carne, lenço, sombrinha, capa de chuva e... pipa! 


 

Opções para os preguiçosos: carrinho motorizado... 

 

...ou mini-carruagem puxada por chinês. 

 

Casalzinho feliz na bicicleta dupla. 

 

Vai caminhar, vagabundo! 

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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