Enchendo a pança em Hong Kong
A cozinha de Hong Kong é tão diversificada quanto sua população. Não dá pra esperar menos de um lugar que é chinês de nascença, britânico por herança e hoje mistura asiáticos, europeus, americanos, indianos e tudo o que há no meio, cada um contribuindo com sua fatia para essa salada cultural.
Aquário no meio da rua? Obviamente não é só pra olhar.
Andando pelas ruas da cidade, você topa com comidas para todos os estômagos e paladares. Ao lado de um McDonald's há um restaurante filipino, seguido por uma barraquinha de lanches cantoneses e um fast food indiano. A influência chinesa é a mais perceptível, especialmente a cozinha de Cantão, sul da China, que aceita coisas no prato que fariam muito brasileiro ter um troço – basta dizer que sopa de cobra não é o que existe de mais esquisito.
A comida cantonesa – e, por extensão, de Hong Kong – por excelência é o dim sum , termo que engloba uma série de pratos geralmente servidos em cestinhas de bambu. São dúzias de opções diferentes, que você escolhe pela foto ou pelo nome no cardápio (se estiver em chinês, confie na sorte ou peça ajuda aos universitários). Algumas das que experimentei:
Xiao long bao, ou "pãozinho da cesta de bambu", assado no vapor:
Almôndegas de carne e de camarão:
Os famosos rolinhos primavera e as tortinhas de ovo, que parecem quindim, mas não são tão doces:
Almôndegas de carne e de camarão:
Os famosos rolinhos primavera e as tortinhas de ovo, que parecem quindim, mas não são tão doces:
As "comidas de rua", encontradas em qualquer pedaço da China, também são largamente consumidas em Hong Kong. Elas também são incrivelmente variadas e vai de cada um olhar pra cara da comida na barraquinha, sentir se rolou uma empatia e experimentar. Eu fiquei fã de um tal de "eggette" (que poderíamos até aportuguesar para "ovete"), uma espécie de waffle feito de ovo, açúcar, farinha e leite. Parece que são dezenas de ovos cozidos prensados juntos, mas na verdade as bolinhas oviformes são ocas e o gosto de leite predomina sobre o do ovo. Diz a Wikipedia que os ovetes foram eleitos o terceiro melhor lanche de rua de Hong Kong, mas a suposta fonte está fora do ar e não consegui descobrir quem abocanhou o ouro e a prata.
Sorvete de Yakult. Vi a opção dando sopa ao lado de um sorvete de cheese cake com blueberry (!) e não demorei a decidir: sorvete é bom, Yakult é bom, então traz uma casquinha desse aí. Se de praxe essas invencionices se revelam um fiasco, o sorvete de Yakult até que não fez feio: parece de creme, mas com aquele gostinho de lactobacilos vivos.
Depois de ter experimentado todas as opções de chips bizarros disponíveis em Beijing, foi com entusiasmo que me deparei com um sabor inédito nas prateleiras ronguecônguicas: batatinha frita sabor sushi de salmão. Veja bem, não é simplesmente sabor peixe: é sushi de salmão . A embalagem mostra que o produto é japonês e exibe até um wasabinho feliz, posando de mascote.
Abri e surgiram mais dois pacotes: um com as batatas e outro, menor, com a raiz-forte em pó. Seguindo as instruções, joguei as batatas no pacotão, salpiquei o pó de wasabi e chacoalhei a gosto. Veredicto: embora você precise de muita imaginação pra sentir o sabor do sushi de salmão na batatinha, o wasabi vale a pena. Pra mim, mais que um salgadinho estranho, foi a realização de um sonho antigo .
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