25/01/2011

Seguindo estrelas

As atrações turísticas mais famosas de Hong Kong são "fabricadas". Quer dizer, não foram obras construídas com outros propósitos, como a Grande Muralha ou a Cidade Proibida , e só recentemente transformadas em pontos turísticos: em muitos casos, atrair visitantes foi justamente o que deu vida ao projeto. Incluem-se aí os museus (de Arte, de Ciência, de História), os parques temáticos (Ocean Park, Disneylândia), a Avenida dos Astros e, de certa forma, o Victoria Peak. Como pulei os parques e dedicarei um post futuro aos museus, concentremo-nos aqui nesses dois últimos.

No topo do Victoria Peak 

O Victoria Peak, ou "The Peak" pra galera, não é, a bem da verdade, uma atração fabricada: trata-se da montanha mais alta de Hong Kong Island, erguida unicamente pelas forças da natureza. O mesmo não se pode dizer do shopping center construído no seu topo, que exala consumismo e cobra uns trocados a mais até pra você subir no terraço e apreciar a vista.

O Peak já era um ponto famoso desde o século 19, quando era o local preferido dos figurões do governo da colônia para construir suas garbosas casas de verão. O lugar é consideravelmente alto – seus 552 metros ficam apenas uns 160m abaixo do Corcovado – e você não acha que um figurão do governo ia bater perna morro acima pra chegar ao conforto da sua mansãozona com vista bonita, acha? Pois eles não caminhavam mesmo: iam levados em liteiras, aquelas cadeiras portáteis sustentadas por duas barras laterais e carregadas por um pobre coitado na frente e outro atrás.

 

Isso foi até construírem o famoso Peak Tram, um bonde (melhor dizendo, um funicular ) que já conta com seus cento e vinte e tantos anos e continua firme e forte, carregando milhares de turistas diariamente pra cima e pra baixo. Num ranking recente da revista Time Out, o Victoria Peak e o bonde que leva até ele conquistaram a quinta e a sexta posição, respectivamente, das " Sete Maravilhas de Hong Kong ". 

O shopping incrustado no topo do Peak (redundâncias à parte) é uma mistureba de lojinhas de souvenir, restaurantes nada baratos e atrações avulsas, como o museu de cera Madame Toussaud's. O ideal é ir à tardinha e ficar para o pôr-do-sol. A vista do terraço merece a fama que tem: todos aqueles prédios que parecem tornar a cidade claustrofóbica durante o dia ganham uma atmosfera grandiosa com suas luzes refletindo nas águas do porto. Difícil é arrumar espaço pra bater uma foto. As estatísticas apontam 7 milhões de visitantes por ano ao Victoria Peak, o que dá uns 19 mil por dia. Se todo mundo quiser ficar para o pôr-do-sol, já era. 

 
Ê, vista bunita. 

 
Agora de outro ângulo. 

 
Agora fazendo gracinha. 

 
Dá pra arredar aí, pessoal? 

A Avenida dos Astros 

Essa aqui se encaixa com louvor na categoria de atração fabricada. Em 2004, um calçadão margeando as águas que separam Kowloon de Hong Kong Island foi transformado numa espécie de Calçada da Fama oriental, com estrelas decorando o piso e homenageando os grandes nomes da indústria cinematográfica de Hong Kong e da China. Meu conhecimento do assunto é bem raso e se restringe àqueles que todo mundo conhece, mas os fãs do cinema asiático certamente reconhecerão alguns de seus artistas prediletos. E podem até tirar foto fazendo pose constrangedora com a estátua do Bruce Lee: 

 

Ou descobrir se sua mão é maior que a do Jackie Chan: 

 

 
Réplica de 4,5m da estatueta dada aos vencedores do Hong Kong Film Awards. 

 
Impossibilitado de registrar a mãozona na calçada por motivo de morte precoce, Bruce Lee ganhou uma estrela à la Star Trek. 

 
"Vamo lá, minha filha, pega na claquete. Isso!" 

 
"Agora agarra o diretor. Isso, pelo pescoço. Que beleza!" 

 
E esse chapeuzinho de Pato Donald, dona câmera? 

 
Luzes, câmeras... manhêêêêê!!! 

0 comments :

Postar um comentário

Quem

Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

Busca no blog

Leia

Leia
Cinema-Múndi: Uma viagem pelo planeta através da sétima arte

Leia também

Leia também
A Saga de Tião - Edição Completa

Ouça

Ouça
Sifonics & Lucas Paio - A Terra é Plana

Mais lidos

Leia também


Cinema por quem entende mais de mesa de bar

Crônicas de um mineiro na China


Uma história parcialmente non-sense escrita por Lucas Paio e Daniel de Pinho

Arquivo

Contato

Nome

E-mail *

Mensagem *