16/03/2004

Cara estranho ou: It's the end of Marcelo Camelo as we know him



Foi com um triste pesar que, na primeira música do show do Los Hermanos no último 13 de março, no Lapa Multshow, eu e mais o mundaréu de gente que estava ali imaginamos que Marcelo Camelo, um dos compositores, guitarristas, vocalistas e clones do Bin Laden na banda, tinha sido substituído por um qualquer, cuja única semelhança com o antigo integrante era o timbre de voz parecido.

Mas não, era apenas a barba que tinha sumido. "Mas como?!", alguém pensará. "Um cara do Los Hermanos sem barba? Ainda mais o Marcelo Camelo?!". É, pessoal. Como diria o sábio Badauí, "o mundo dá voltas" e, embora os outros músicos da banda continuem ostentando invejáveis cabeleiras no queixo, Camelo prefere manter a cara como bundinha de nenem.

Homenagens e despedidas à famosa barba não faltaram, como em "Todo Carnaval Tem Seu Fim", "Adeus Você" e, claro, "Cara Estranho". Outros grandes momentos do show, que aliás foi excelente:

>> O trio de metais, que são um bando de palhaços, brincando e conversando o tempo inteiro. Um barato.

>> A tradicional chuva de confetes e serpentinas em "Todo Carnaval Tem Seu Fim", que caíam na guitarra do Camelo e o atrapalhavam a tocar. Eu mesmo guardei um punhado de serpentinas que caíram em mim no bolso, como lembrança do show.



>> A interrupção da música "Sentimental" no meio, quando uma mulher desmaiou na platéia perto do palco e o próprio Camelo, junto com uns roadies e seguranças, levantou a desfalecida e a levou para o backstage. A galera começou a gritar "de novo! de novo!", para que a música fosse recomeça, no que o Amarante conversa com o Camelo e fala com o público: "Ah, a gente tá com preguiça..." e retoma a canção no meio mesmo.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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