Black dog
Barão nasceu em junho de 1993, parte de uma ninhada de nove filhotes. O nome evocava uma falsa nobreza, da qual também viera seu irmão Duque, mas eram todos autênticos e legítimos vira-latas. Lá em casa, ganhou sobrenome e virou Barão Cão de Melo. Enquanto pulava e corria e mastigava tampinhas de Comfort, nem imaginava que era protagonista de dezenas de livros e histórias em quadrinhos que eu escrevia. Em 1996, arranjamos-lhe uma esposa. Diana (olha a nobreza aí de novo) era cadela de rua em Ibiaí, na beira do São Francisco, e nos acompanhou tão atenciosamente durante a viagem que decidimos tacá-la no carro e levá-la para Belo Horizonte. Alguns meses depois, foi mãe de sete - vira-latas genuínos como seus genitores - batizados com nomes exóticos como Tandore (corruptela de tandoori, um tempero indiano) e Edileusa (personagem do clássico Sai de Baixo). Diana foi pra casa da minha avó, Tandore virou cachorro de roça, mas o Barão seguiu firme e forte com a gente, acompanhando as diversas mudanças de casa, virando hóspede aqui e ali, feliz na sua vida de cão. Em seus 14 anos e quase 5 meses foi sempre um companheiro, um cachorro sem frescuras, educado, safado, que fugia mas voltava, que enterrava pão-de-queijo na areia rala achando que estava escondendo, louco com pães de comer até doze de uma vez, esperto e sereno, canalha como a maioria dos cães, admirável como poucos.
Um grande cachorro.
Um grande cachorro.
Barão , cachorros , memórias , mundo animal
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