25/08/2009

Florentina, Florentina



Florença, Itália
16 a 18 de fevereiro de 2007


Não vou me alongar quanto à minha passagem por Florença. A capital da Toscana, berço do Renascimento, lar de obras-primas da pintura, escultura e arquitetura, é sem dúvida um destino visual e culturalmente imperdível. O caso é que simplesmente não vivi ali experiências dignas de virar história de mesa de bar. O principal culpado, provavelmente, é o hostel que escolhi através do Hostelbookers.com. Não era um albergue de verdade, mas um pseudo-hotel com quartos individuais e banheiro no corredor. Ou seja: não tinha a comodidade de poder tomar um banho na hora que der na telha, nem a vantagem dos quartos coletivos de propiciar conversas enriquecedoras com viajantes intrépidos do Azerbaijão.

Minha chegada a Firenze - o nome oficial da cidade em italiano, ou você achou que era "Florenza"? - deu-se às nove e meia da noite de uma sexta-feira. Fui confiar em meu senso de direção e no mapa estilizado do meu Guia do Viajante Independente, e penei pra encontrar o tal Soggiorno Pitti. Também, o cara consegue se perder na Savassi e acha que chegar numa cidade estrangeira totalmente nova vai fazer brotar um GPS na cabeça. A localização da hospedagem, no entanto, era bem boa. Caminhando, margeei o Rio Arno, cruzei a Ponte Vecchio, comi panino de mortadela na Piazza Duomo. Na Galleria dell'Accademia visitei o desinibido David de Michaelangelo, esculpido quando seu autor tinha 26 anos. O que dá na cabeça desse povo, pra ser gênio tão cedo? Na Galleria degli Uffizi enfrentei uma fila de duas horas para contemplar "O Nascimento da Vênus" de Botticelli e outras trocentas maravilhas renascentistas, isso quando os japoneses não invadiam as salas em bando e atrapalhavam a tranqüilidade. Pelo menos, o ingresso nesse dia era de graça. Na Basilica di Santa Croce, topei com os túmulos de Maquiavel, Michaelangelo e Galileu - e o Père-Lachaise de Paris se gabando de ter o Jim Morrison. Foram boas visitas, boas comidas, boas andanças. Mas sei lá: olhando em retrospecto, eu poderia ter deixado a "obrigação" de visitar Florença e aproveitado para me aventurar em cidadezinhas medievais fora do circuito tradicional, ou para procurar os poucos Paios ainda nativos da Itália. O bom é que eu fico com desculpa pra voltar.



O David de Michaelangelo. Mentira, é uma réplica do mesmo tamanho que fica na Piazza della Signoria. Mas muita gente tira foto como se fosse a original.



Michaelangelo, Leonardo e Donatello. Só faltou o Rafael e o Mestre Splinter.



Multa de 50 euros pra quem colocar cadeado na grade...



...mas aparentemente ninguém tá nem aí.



Peraí caceta.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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