Disk-comida-chinesa
No início, pedir comida pelo telefone parecia impraticável. Pior que não se fazer entender, é não entender o que a atendente te fala de volta.
- Você quer com pimenta ou sem pimenta?
- Já falei, moça. Apartamento 1201.
- Ok, mas a comida é com pimenta ou sem pimenta?
- Décimo segundo andar, moça. 1201!
O McDonald's era a salvação. É só apertar 2 que eles falam inglês. E ainda dizem que vão entregar em meia hora, mas chegam em quinze minutos. De vez em quando vem até um copo de vidro da coca-cola de brinde.
Mas não tem estômago que agüente x-burguer duplo todo dia (não, o McDonald's chinês não vende McDog, McScorpion ou Gafanhoto McMelt). Há que se comer a comida local. Pra nossa sorte, não são poucos os estabelecimentos que fazem entregas: basta uma bicicleta elétrica e um chinês, duas coisas que não faltam em Beijing.
O coreano que mora comigo foi apresentado a um desses restaurantes e se apaixonou pelo bife na chapa do lugar. No celular dele não tem o nome do restaurante, tem “bife na chapa”. Experimentei a iguaria e é realmente uma lindeza: carne tenra, molho suculento, salada de batata e arroz para acompanhar, e uma caixinha grátis de chá gelado – que, como todas as bebidas na China, vem quente. O entregador invariavelmente é um moleque que, sem sacanagem, deve ter uns doze anos.
- Você quer com pimenta ou sem pimenta?
- Já falei, moça. Apartamento 1201.
- Ok, mas a comida é com pimenta ou sem pimenta?
- Décimo segundo andar, moça. 1201!
O McDonald's era a salvação. É só apertar 2 que eles falam inglês. E ainda dizem que vão entregar em meia hora, mas chegam em quinze minutos. De vez em quando vem até um copo de vidro da coca-cola de brinde.
Mas não tem estômago que agüente x-burguer duplo todo dia (não, o McDonald's chinês não vende McDog, McScorpion ou Gafanhoto McMelt). Há que se comer a comida local. Pra nossa sorte, não são poucos os estabelecimentos que fazem entregas: basta uma bicicleta elétrica e um chinês, duas coisas que não faltam em Beijing.
O coreano que mora comigo foi apresentado a um desses restaurantes e se apaixonou pelo bife na chapa do lugar. No celular dele não tem o nome do restaurante, tem “bife na chapa”. Experimentei a iguaria e é realmente uma lindeza: carne tenra, molho suculento, salada de batata e arroz para acompanhar, e uma caixinha grátis de chá gelado – que, como todas as bebidas na China, vem quente. O entregador invariavelmente é um moleque que, sem sacanagem, deve ter uns doze anos.
(Qualquer semelhança com a vida real é extremamente improvável.)
Cinco bifes na chapa depois, decidi que era hora de provar outras opções do cardápio – é enorme, tem de carne e macarrão até sushis e sashimis. Acabei descobrindo algumas gororobas sem sabor (o sanduíche de salmão, na verdade, era um punhado mirrado de peixe envolto por uma camada intransponível de arroz), mas muito quitutes apetitosos, como o frango com queijo que derrete na sua boca e não no seu prato. O mandarim da atendente é tranqüilo de entender, e o bom é que ela não varia a ordem das perguntas: é sempre qual o pedido, vai querer mais alguma coisa, qual o endereço e até logo.
Melhor assim. Perguntas adicionais são sempre um risco.
- O bife é bem passado ou ao ponto?
- Já falei, moça. Décimo segundo andar!
Publicado originalmente no Boca de Gafanhoto
Beijing , Boca de Gafanhoto , China , cotidiano , gastronomia , mandarim
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