11/11/2005

Embate

vs.

Há uma escolha terrível a ser feita, que exige ponderações mil. Foi desencadeada por uma notícia que acabei de ler, e que aqui reproduzo em sua íntegra.

"U2 só para paulistas"

A banda U2 só vai fazer shows em São Paulo em 2006. Alexandre Accioly e Luís Oscar Niemeyer tentaram levar um dos shows para Minas. Mas a megaestrutura da banda impediu. O grupo toca nos dias 21 e 22 de fevereiro, no Morumbi. Notinha do O Globo.


Se houve um trecho que me entristeceu mais, foi "(...)tentaram levar um dos shows para Minas. Mas a megaestrutura da banda impediu". Tá certo, Beagá é uma roçona que só vendo, mas puxa vida, nem que o show fosse na Obra! Engraçado que hoje, na aula, a gente tava conversando justamente sobre isso, essa absurda megalomania iutchuana de querer fazer o maior espetáculo da Terra (sem falar no Bono, que claramente está tentando se tornar Deus).

Lamentações à parte, encontramo-nos na seguinte situação: há um show dos Rolling Stones no Rio de Janeiro, no dia 18 de fevereiro de 2006. Três dias depois, há um show do U2 em São Paulo. (O Oasis toca em março, mas já estão descartados. Gosto muito dos primeiros discos, mas os irmãos Gallagher são chatos pra caramba e, de 2000 pra cá, não lançaram uma coisa boa, então...)

Comparecer aos dois eventos é algo que foge ao meu alcance, ainda mais depois de um Pearl Jamzinho agora em dezembro. Chegamos, portanto, ao dificílimo impasse de escolher entre Rolling Stones e U2. Aí nos deparamos com uma sucessão de argumentos, contra-argumentos, contra-contra-argumentos e afins.

A razão manda escolher os Rolling Stones. Afinal, são as maiores lendas vivas do rock´n´roll, e os caras estão tão velhinhos, coitados, que até desfibrilador têm no backstage. A certeza é praticamente absoluta de que será a última vez que virão ao Brasil.

Mas é a mesma razão que insiste em falar, ali no pé do ouvido, que show de graça em Copacabana é uma roubada sem tamanho que vai acabar em morte. Isso, porém, se não concretizar-se o boato de que haverá também um show pago, o que dá um certo peso pro lado dos Stones.

No entanto, show do U2 não é coisa assim pra se descartar logo de cara. Quem já viu os caras na tevê ou no devedê sabe, é uma produção impecável, músicas impecáveis, músicos impecáveis. Embora no quesito "banda com mais chance de vir ao Brasil de novo", o U2 esteja na frente, haja visto que Mick e seus asseclas já passaram do prazo de validade.

Mas aí vai que o U2 acaba? Sei lá, Boninho é louco, de repente resolve virar presidente, líder religioso, sei lá, e relega o rock ao segundo plano. Ou então vai que os Stones, daqui a uns dez anos, resolve finalmente fazer sua turnê de despedida (eles são como o Kiss, já fizeram trezentas turnês de despedida) e pisa de novo em terras brasileñas?

Há ainda outros quesitos importantes a serem analisados. Um dos principais, e no qual a disputa está das mais acirradas, é "show onde vou me divertir mais". Será necessário um detalhado estudo de setlists para responder a essa questão com maior profundidade teórica. Outro quesito primordial é "show mais legal de se contar pros netos". Nesse tenho a suspeita de que os Rolling Stones ganham, mas nunca se sabe quem terá maior status de lenda daqui a cinqüenta anos.

Como diria o Coringa, "e agora o quê que eu faço?"

1. Assisto gravações ao vivo dos Stones e do U2 diversas vezes, pra ter uma base de conhecimento sólida antes da decisão.
2. Escolho no papelzinho.
3. Vendo a alma ao diabo em troca de ingressos, passagem de ida e volta e hospedagem (alimentação também seria legal) e assisto a ambos os shows.
4. Espero sair o dvd pirata dos shows no Shopping Oi e vejo tudo no conforto do meu lar, comendo pipoca e rindo da galera se matando lá embaixo.
4. Espero o Paul McCartney aparecer na jogada e mando U2 e Stones às favas.
5. Vou pro Pará assistir a banda Calypso, que em termos de superprodução é melhor que as duas juntas.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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