15/03/2012

Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 11

Uma seleção eclética:


STAR WARS UNCUT - DIRECTOR'S CUT (EUA, 2012, dir. Casey Pugh)
Uma recriação do Episódio IV feita por centenas de fãs entusiásticos e costurada pelo idealizador do projeto. A maior diversão não é quando as recriações das cenas são fiéis, e sim quando se tornam imprevisíveis: gente que filma na mesa da sala, usa a avó como a Princesa Léia, corre com toalha na cabeça pra fingir que é a Millennium Falcon, transforma espremedores de alho em dróides e cria animações rupestres no Paintbrush. Mal posso esperar para participar de um The Empire Strikes Back Uncut. Nota 4/5
(Resenha completa no Cinema de Buteco)


A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS (Around the World in Eighty Days, EUA, 1956, dir. Michael Anderson)
Não acho que ninguém vá adquirir uma vontade louca de conhecer o mundo depois de assistir a este filme. Os países parecem atrações do Epcot Center de tão estereotipados – a Espanha é só flamenco e tourada, a Índia é um grande culto a deuses bizarros e os ingleses interrompem uma investigação importante só porque é hora do chá. Sem falar que o protagonista (David Niven) contraria quase todos os mandamentos do viajante, recusando-se até a provar a comida local. Também não me agrada que inúmeras cenas sejam indiscriminadamente filmadas com uma grande-angular que distorce formas e rostos. Apesar de tudo, o filme tem seus momentos divertidos (como Cantinflas tentando tourear na Índia ou uma ponta de Sinatra) e suas quase 3h fluem sem aborrecer. Nota 3/5


​FRANKENSTEIN (EUA, 1931, dir. James Whale)
A imagem clássica do monstro de Frankenstein – cabeça chata, parafusos no pescoço – foi instituída neste clássico do terror, em que a criatura ganha a interpretação marcante de Boris Karloff (que não era russo como o nome sugere, mas um britânico chamado William Pratt), acompanhado por um não menos expressivo Doutor Frankenstein (Colin Clive) em um cenário expressionista. Algumas cenas parecem teatrais demais e bem que uma trilhazinha ajudaria no suspense, mas era o início do cinema falada, demos um desconto. Nota 4/5


CABO DO MEDO (Cape Fear, EUA, 1991, dir. Martin Scorsese)
Caramba, que filme tenso. Mesmo quando a situação toda fica bem inverossímil, nas sequências finais, eu já estava tão grudado que nem me importava. De Niro rivaliza com o Javier Bardem de Onde os Fracos Não Têm Vez como o "ultimate badass", mas talvez o mais angustiante seja a tendência da esposa e a filha de Nick Nolte (Jessica Lange e Juliette Lewis) de bandear pro lado do vilão. Nota 5/5


AS AVENTURAS DE BUCKAROO BANZAI (The Adventures of Buckaroo Banzai Across the 8th Dimension, EUA, 1984, dir. W. D. Richter)
Eu achei que fosse nerd o bastante pra curtir esta maluquice, mas pelo visto não passei no teste. São algumas boas sacadas (como a referência à transmissão de Guerra dos Mundos por Orson Welles) que se perdem em uma história nonsense demais para engajar o espectador e uma mistureba de estilos e referências que parecem implorar pra virar cult. Outro problema é que o herói Buckaroo Banzai (Peter Weller) é tratado como fodão por todo mundo mas nunca consegue transmitir essa imagem pra nós, em parte devido à sua falta de carisma – não é à toa que o papel mais famoso de Weller foi como Robocop, de quem só se via o queixo. Se é pra ver comédia com aliens disfarçados de humanos, prefira Homens de Preto; se o lance é uma ficção científica divertida dos anos 80 com um protagonista guitarrista e a participação de Christopher Lloyd, fique com De Volta Para o Futuro. Nota 2/5

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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