Sob o solo de Seul
Vou de metrô, cê sabe...
A título de comparação: o metrô de Seul atual...
...e o de Belo Horizonte, incluindo as linhas que ainda não estão prontas.
...e o de Belo Horizonte, incluindo as linhas que ainda não estão prontas.
Pra te agarrar de volta ao subsolo, as estações estão cheias de lojinhas de bugigangas, barraquinhas de lanche e 7 Elevens. Algumas oferecem até entretenimento: telonas touchscreen com opções que vão do prosaico jogo-da-velha até programinhas que usam a câmera pra mudar sua roupa na tela. E todas as estações trazem plano de fuga, várias mascaras anti-gás e placas de abrigo subterrâneo – o que é compreensível, dada a presença de uns certos primos loucos ao norte da fronteira.
Sem falar que os vagões têm braços e pernas e posam pras fotos à maneira asiática.
A de amor, Bieup de baixinho...
À primeira vista, o idioma coreano escrito parece um mundaréu de tracinhos impenetráveis e formas infinitas. Mas por baixo dessa casca hieroglífica há um simples alfabeto de poucas letras, como o nosso – a única diferença é que eles são agrupados por sílabas e não um atrás do outro, dando essa impressão de que são milhares como no chinês. É só na China mesmo que você precisa decorar 10 mil símbolos diferentes pra poder ler um jornal.
Para escrever "saram" (pessoa), por exemplo, você faz assim:
Se a gente usasse o mesmo sistema...
Segundo o dito popular, o alfabeto Hangeul é tão fácil que um homem sábio pode terminar de aprendê-lo antes do almoço e um idiota consegue o mesmo até a hora de dormir. Meu amigo fala que 30 minutos bastam, mas ele é coreano e aí não vale. Eu posso dizer por experiência própria que uma ou duas tardes ociosas no trabalho são suficientes pra você sacar o básico. Recomendo o site Korean Wiki Project , que ensina passo-a-passo como se alfabetizar em coreano. Em algumas horas você já consegue escrever soju, kimchi, makgeolli e Kim Jong-il usando os tracinhos do Hangeul. E visitar a Coréia sabendo pronunciar placas e cardápios, mesmo sem conhecimento algum do idioma, já dá um tchan diferente à sua viagem.
Falar a língua é outra história, com suas palavras compridas e inúmeras flexões verbais. Eu só aprendi o básico: annyeonghaseyo ("oi"), gamsahamnida ("obrigado") e maekju ("cerveja"). Foi o suficiente.
Tá na mesa, pessoal!
Quem vê o panfleto imagina que os pobres atores têm uma jornada de trabalho escravagista: são nove apresentações por dia em quatro teatros espalhados por Seul. Na verdade, há dez elencos diferentes, cada qual com seu Gerente mandão, o Sobrinho mala, o "Rapaz Sexy" em clima de azaração, a Garota aprontando altas confusões e o Chef de Cozinha tentando pôr ordem na casa.
O fiapo de história – os cozinheiros precisam preparar um imenso banquete de casamento em apenas uma hora – serve como desculpa para os improvisos musicais e as situações pastelão. Eles usam colheres, garfos, facas e cutelos para batucar pratos, panelas, tábuas de madeira e latas d'água; despedaçam cebolas, repolhos, alfaces e pepinos, zoneando o palco sem perder o ritmo; batem uns nos outros, fazem acrobacias e caretas e botam gente da platéia pra cozinhar e fazer papel de bobo em público.
Fui tentar tirar foto e uma mulher do teatro veio correndo dizer que não podia, mas este vídeo faz um trabalho melhor do que eu faria:
Boca de Gafanhoto , Coreia do Sul , idiomas , metrô , Nanta , Seul , shows , viagens
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