Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 12
Filmes de 17 a 23 de março:
SUMMER PALACE (Yihe Yuan, China/França, 2006, dir. Ye Lou)
A capinha do DVD estampa orgulhosamente a frase: "banido pelo governo chinês". Mas acho que a censura teve mais a ver com as inúmeras cenas de sexo do que com o contexto político, presente o filme inteiro mas usado apenas como pano de fundo para as histórias dos personagens. Se a "heroína" (Hao Lei) às vezes surge antipática e confusa demais, os dois coadjuvantes principais (Guo Xiaodong e Hu Lingling) protagonizam momentos intensos, como o destino dessa última. O filme termina com aqueles letreiros típicos de histórias reais, deixando no ar se aquelas pessoas existiram mesmo ou não (suspeito que não). Nota 4/5
TAXI DRIVER (EUA, 1976, dir. Martin Scorsese)
Um grande estudo de personagem. Vejo muita influência de Travis Bickle no Rorschach de Watchmen, como o desejo por uma "chuva" que "lave a escória de Nova York" – Watchmen abre com o diário de Rorschach fazendo declarações muito parecidas. Mas enquanto os esforços de vigilantismo de Rorschach só o tornam mais detestados pela sociedade, o desajustado e desconectado Bickle ironicamente vira herói ao promover um massacre. Todas as escolhas do filme são boas, inclusive alguns movimentos de câmera mais enigmáticos (como o enquadramento que se afasta lateralmente de De Niro enquanto ele faz um telefonema constrangedor). Clássico obrigatório e que melhora a cada revisão – gostei muito mais hoje do que sete anos atrás. Nota 5/5
QUIZ SHOW (EUA, 1994, dir. Robert Redford)
Dá pra pegar este Quiz Show e o igualmente ótimo Rede de Intrigas e fazer uma sessão dupla sobre os bastidores sórdidos da televisão. Baseado em um escândalo real nos anos 50 e com ótimas atuações de John Turturro e Ralph Fiennes (além de uma ampla gama de coadjuvantes, incluindo até o Scorsese), o filme ilustra bem como quase tudo na TV é uma bela de uma farsa, muitas das quais seriam consideradas crimes no "mundo real" mas que ali são relevadas porque "não passam de entretenimento". Nota 5/5
FUGA DE NOVA YORK (Escape from New York, EUA/Reino Unido, 1981, dir. John Carpenter)
Transcorre que nem videogame: o background da trama futurista é mostrado logo no início, em diagramas; o herói é chamado para uma missão suicida de resgate; recebe equipamentos e deadline, e começa a enfrentar vilões bizarros com um crescente grau de dificuldade. O grande trunfo é o anti-herói Snake Plissken (talvez o papel mais icônico de Kurt Russell), mas falta ao filme a diversão de outras parcerias John Carpenter/Russell, como Os Aventureiros do Bairro Proibido. Nota 3/5
BROADWAY DANNY ROSE (EUA, 1984, dir. Woody Allen)
Uma grande conversa de bar entre velhos comediantes dá início a esta história sobre um empresário artístico (Woody Allen) que só agencia sub-talentos (um xilofonista cego, um ventríloquo gago, um papagaio) e acaba se metendo em altas confusões com a máfia, à la Quanto Mais Quente Melhor. Há um tom melancólico, ajudado pela fotografia em preto-e-branco e a trilha às vezes triste, que convive bem com os momentos de comédia escrachada, principalmente o tiroteio em uma fábrica de gás hélio que deixa todos os personagens falando fininho. Nota 4/5
SUMMER PALACE (Yihe Yuan, China/França, 2006, dir. Ye Lou)
A capinha do DVD estampa orgulhosamente a frase: "banido pelo governo chinês". Mas acho que a censura teve mais a ver com as inúmeras cenas de sexo do que com o contexto político, presente o filme inteiro mas usado apenas como pano de fundo para as histórias dos personagens. Se a "heroína" (Hao Lei) às vezes surge antipática e confusa demais, os dois coadjuvantes principais (Guo Xiaodong e Hu Lingling) protagonizam momentos intensos, como o destino dessa última. O filme termina com aqueles letreiros típicos de histórias reais, deixando no ar se aquelas pessoas existiram mesmo ou não (suspeito que não). Nota 4/5
TAXI DRIVER (EUA, 1976, dir. Martin Scorsese)
Um grande estudo de personagem. Vejo muita influência de Travis Bickle no Rorschach de Watchmen, como o desejo por uma "chuva" que "lave a escória de Nova York" – Watchmen abre com o diário de Rorschach fazendo declarações muito parecidas. Mas enquanto os esforços de vigilantismo de Rorschach só o tornam mais detestados pela sociedade, o desajustado e desconectado Bickle ironicamente vira herói ao promover um massacre. Todas as escolhas do filme são boas, inclusive alguns movimentos de câmera mais enigmáticos (como o enquadramento que se afasta lateralmente de De Niro enquanto ele faz um telefonema constrangedor). Clássico obrigatório e que melhora a cada revisão – gostei muito mais hoje do que sete anos atrás. Nota 5/5
QUIZ SHOW (EUA, 1994, dir. Robert Redford)
Dá pra pegar este Quiz Show e o igualmente ótimo Rede de Intrigas e fazer uma sessão dupla sobre os bastidores sórdidos da televisão. Baseado em um escândalo real nos anos 50 e com ótimas atuações de John Turturro e Ralph Fiennes (além de uma ampla gama de coadjuvantes, incluindo até o Scorsese), o filme ilustra bem como quase tudo na TV é uma bela de uma farsa, muitas das quais seriam consideradas crimes no "mundo real" mas que ali são relevadas porque "não passam de entretenimento". Nota 5/5
FUGA DE NOVA YORK (Escape from New York, EUA/Reino Unido, 1981, dir. John Carpenter)
Transcorre que nem videogame: o background da trama futurista é mostrado logo no início, em diagramas; o herói é chamado para uma missão suicida de resgate; recebe equipamentos e deadline, e começa a enfrentar vilões bizarros com um crescente grau de dificuldade. O grande trunfo é o anti-herói Snake Plissken (talvez o papel mais icônico de Kurt Russell), mas falta ao filme a diversão de outras parcerias John Carpenter/Russell, como Os Aventureiros do Bairro Proibido. Nota 3/5
BROADWAY DANNY ROSE (EUA, 1984, dir. Woody Allen)
Uma grande conversa de bar entre velhos comediantes dá início a esta história sobre um empresário artístico (Woody Allen) que só agencia sub-talentos (um xilofonista cego, um ventríloquo gago, um papagaio) e acaba se metendo em altas confusões com a máfia, à la Quanto Mais Quente Melhor. Há um tom melancólico, ajudado pela fotografia em preto-e-branco e a trilha às vezes triste, que convive bem com os momentos de comédia escrachada, principalmente o tiroteio em uma fábrica de gás hélio que deixa todos os personagens falando fininho. Nota 4/5
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