Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 37
A NOITE DOS MORTOS-VIVOS (Night of the Living Dead, EUA, 1968, dir. George A. Romero)
Sempre preferi filmes de zumbi que não se levam a sério, como Fome Animal e Shaun of the Dead. Este clássico, primeiro de uma série, empolga mais quando se concentra no grupo de pessoas isoladas em uma casa, já que os ataques de zumbis só são interessantes em alguns momentos. Gosto particularmente das reações dos personagens (como a garota que fica compreensivelmente catatônica) e da última cena, que não deixa espaço para finais felizes. Nota 4/5
MOSCOU CONTRA 007 (From Russia With Love, Reino Unido, 1963, dir. Terence Young)
O espectro da SPECTRE, apresentada em Dr. No, se torna mais presente na série, embora o rosto do "Número Um", Blofeld, não nos seja mostrado até Bond #5 – seu intérprete é inclusive identificado como "?" nos créditos finais. Há outras referências ao primeiro (Sylvia Trench, Dr. No), mostrando que há sim uma certa continuidade entre os filmes. Temos também a primeira aparição oficial de Q e sua maleta cheia de apetrechos letais e vários momentos interessantes, como uma insólita briga de mulheres ciganas e uma longa seqüência num trem – embora o final, com os helicópteros perseguindo Bond, pareça copiado de Intriga Internacional. Nota 4/5
007 CONTRA GOLDFINGER (Goldfinger, Reino Unido, 1964, dir. Guy Hamilton)
Tido por crítica e fãs como o melhor filme do James Bond, Goldfinger não faz nada de muito diferente dos dois anteriores – mas faz com mais personalidade. A bond girl Pussy Galore, por exemplo, é uma vilã que custa a se deixar seduzir pelo espião; o vilão Auric Goldfinger, obcecado com ouro (com esse nome, eu também seria) tem métodos e objetivos memoráveis (uma das imagens mais famosas do filme é a garota morta toda pintada de dourado); e Bond contribui com diversas bondices, como estar com o terno impecável por baixo do traje de mergulho. Nota 5/5
007 CONTRA A CHANTAGEM ATÔMICA (Thunderball, Reino Unido, 1965, dir. Terence Young)
Thunderball tem muitos elementos absurdos (Bond bancando o Rocketeer, os relatórios financeiros da SPECTRE que incluem chantagem e extorsão, Bond transando com uma bond girl no fundo do mar e depois arracando veneno do pé dela com a boca), mas em geral é uma experiência menos divertida que os três primeiros. No final das contas, o vilão de tapa-olho não é tão ameaçador, as bond girls se parecem todas e as cenas debaixo d'água têm pouca tensão – o confronto final, por exemplo, é inovador por não trazer nenhum diálogo, mas a lentidão da ação e a dificuldade em identificar os personagens acabam tornando tudo meio chocho. Nota 3/5
PAVOR NOS BASTIDORES (Stage Fright, Reino Unido, 1950, dir. Alfred Hitchcock)
Um Hitchcock meio esquecido, Pavor nos Bastidores tem Marlene Dietrich como uma atriz que matou o marido, Richard Todd como o amante que assume a culpa do assassinato e Jane Wyman como a namorada desse amante (!) que tenta a provar a inocência do amado através dos métodos mais loucos. Boa parte do suspense envolve a dupla identidade que ela inventa; seu pai, doido pra participar da trama, também gera bons momentos. No final, Hitch brinca com o conceito de memória/flashback ao subverter uma cena que haviámos visto no início do filme. Danado, esse Hitch. Nota 4/5
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