Filmes de Dois Mil e Dôuze - Parte 38
COM 007 SÓ SE VIVE DUAS VEZES (You Only Live Twice, Reino Unido, 1967, dir. Lewis Gilbert)
Se da primeira vez que vi eu achei o final arrastado e o filme mediano, dessa vez curti bastante o conjunto todo. Da cena pré-créditos com uma ciência espacial absurda, mas tensa (coitado do astronauta...) à tão aguardada revelação de Blofeld (com cicatriz, careca e gatinho, igualzinho ao Dr. Evil), You Only Live Twice mostra o que os filmes de Bond têm de melhor. Há desde cenas intrigantes (a “morte” de Bond no início), tradições subvertidas (Bond se encontra com M e Moneypenny dentro de um submarino) e mortes bizarras (a Número Onze devorada por piranhas) até momentos completamente tresloucados, como quando Sean Connery “vira” japonês (convence tanto como um espanhol em Highlander). Nota 5/5
007 A SERVIÇO SECRETO DE SUA MAJESTADE (On Her Majesty's Secret Service, Reino Unido, 1969, dir. Peter R. Hunt)
George “Dois Queixos” Lazenby assume o papel de Bond neste filme pela primeira e única vez. Aquela teoria de que “James Bond” é um codinome da mesma forma que “007” ganha respaldo na cena pré-créditos, quando Lazenby diz: “Isso nunca aconteceu com o outro cara”; depois eles desconversam ao mostrarem Bond manuseando objetos dos filmes anteriores com as músicas-tema tocando ao fundo. Eita confusão. A Serviço Secreto de Sua Majestade tem seus problemas, como a edição frenética demais e o excesso de zooms nas cenas de luta, que mais lembram filmes de kung fu. Mas Lazenby não faz feio como 007, há boas cenas de perseguição (uma entre Bond e Blofeld, agora vivido por outro ator e sem a cicatriz no olho, os dois dirigindo trenozinhos na neve) e o filme realmente inova no final, quando apresenta o casamento de Bond (com participações bacanas de M, Q e Moneypenny) e encerra com um final trágico bem diferente dos filmes anteriores – e dos que estariam por vir. Nota 4/5
007 - OS DIAMANTES SÃO ETERNOS (Diamonds Are Forever, Reino Unido, 1971, dir. Guy Hamilton)
Sean Connery está de volta para um derradeiro filme como Bond, e já dá pra notar seus cabelos ficando grisalhos. Esse talvez seja o menos memorável filme de Connery como 007, trazendo umas explosões bem toscas e poucas cenas que se diga “que puxa!”. Além do mais, escalarem Charles Gray como Blofeld não faz sentido nenhum, primeiro porque não se parece nada com os Blofelds anteriores (tem cabelo, não tem cicatriz), e principalmente porque Gray interpretou outro personagem há apenas dois filmes! Nota 3/5
COM 007 VIVA E DEIXE MORRER (Live and Let Die, Reino Unido, 1973, dir. Guy Hamilton)
A estréia de Roger Moore como James Bond começa com uma série de cenas bem intrigantes: um figurão morre em plena ONU por excesso de ruído, um funeral vira carnaval em New Orleans. O que vem a seguir tem seus altos e baixos: se por um lado os absurdos divertem (gosto dos barcos invadindo um casamento, de Bond brincando de "Pitfall" com crocodilos e da sua tática de se dar ao trabalho de criar um baralho falso de tarô para pegar uma vidente), algumas tentativas de comédia (como os policiais americanos) não são nada engraçadas. Mas ao contrário de muitos, eu até curto Moore no papel de Bond. Canastrão e piadista, ele combina com o estilo de filme que protagoniza; é como Adam West fazendo o Batman. Nota 3/5
007 CONTRA O HOMEM COM A PISTOLA DE OURO (The Man With the Golden Gun, Reino Unido, 1974, dir. Guy Hamilton)
O primeiro momento "what the fuck" é logo na primeira cena, quando o vilão é apresentado e descobrimos que ele tem três mamilos. E não apenas isso: é o Christopher Lee! Como o anterior, o filme alterna momentos absurdos bons (Bond colocando um mamilo extra pra se passar por Scaramanga; monstrando ser politicamente incorreto ao lutar injustamente no tatame e empurrar uma criança para fora de um barco; e, claro, o carro-avião) e outros sem graça (o policial americano chato do filme anterior está de volta e vira quase um sidekick de James Bond!). A agente Goodnight é igualmente bonitinha mas ordinária: uma espiã que se deixa ser seqüestrada com facilidade e aperta um botão de destruição com a bunda (!) não merece o trabalho que tem. Também não ajuda que o final (Bond vence o vilão mas precisa enfrentar um capanga quando está confortável com sua bond girl) seja basicamente idêntico ao do anterior, mas fórmulas fazem parte dos filmes de James Bond desde o primeiro. Nota 3/5
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