30/01/2005

Nomes arcaicos dos tempos de outrora



Dá pra fazer uma lista imensa de bandas que mudaram seu nome. Em começo de carreira, então, nem se fala. Os garotos de Liverpool fizeram um monte de shows como The Quarrymen antes de se tornarem interplanetariamente conhecidos como Os Bítous. A banda de Jimmy Page se chamava The New Yardbirds até que um baterista amigo notou que ela era pesada como chumbo e flutuava como um zepelim, e daí surgiu Led Zeppelin. Os Titãs do Iê-Iê retiraram o sufixo esdrúxulo quando foram gravar o primeiro disco. O Utopia trocou tudo: estilo, letras, e, claro, o nome, que virou Mamonas Assassinas. A banda da Paula Toller se chamava Kid Abelha & os Abóboras Selvagens, até que alguém decidiu eliminar, sabiamente, os selvagens do nome. Há outros tantos exemplos. Nativus virou Natiruts. J. Quest virou Jota Quest. Diesel virou Udora. E a minha banda, ABWNN, acaba de trocar o W pelo U e virar ABUNN.

Tudo começou há um tempo atrás, não na Ilha do Sol, mas em Belo Horizonte, quando eu e meu primo Bruno, hoje baixista da banda, fizemos uma música enorme, que contava a história de um grupo de rock desde o dia em que seus integrantes se conheceram, até o fim de tudo com a morte de cada um deles. A maior dificuldade foi na hora de escolher um título pra canção. Inspirado na música "A Horse With No Name", da banda America, acabei inventando "A Song With No Name". Paralelamente a isso, tentávamos criar um nome para a nossa banda, que, acrescida de um baterista no ano seguinte (2000), continuava anônima. O máximo que nossa criatividade permitiu na época foi "A Band With No Name", derivada da música, que tinha como sigla o amontoado de letras ABWNN. Pronúncia: "Abum".

Era pra ser um nome provisório. Até oscilávamos entre ABWNN e A Band With No Name, mas nenhuma outra idéia veio, acabamos acostumando com o nome esdrúxulo e o provisório virou definitivo.

O problema principal foi que, mesmo sendo ABWNN um nome interessante de se ver escrito, ninguém pronunciava certo. Num dos nossos primeiros shows no Matriz, por exemplo, escreveram no flyer "ABRWNN", com um R inexplicável no meio. Nesse mesmo show, o vocalista da banda Prime disse no palco:

- Queria agradecer à banda BROWN por ter emprestado os pratos da bateria pra gente.

Isso mesmo. BROWN. Sem falar em Kabrum, Zabum, Abvn e "isso aqui é erro de digitação?".

E, assim como o Led Zeppelin, que no começo era "Lead" e tirou o A pra não haver dúvidas quanto à pronúncia, decidimos, finalmente, mandar o W pras cucuias e aceitar o U como seu substituto. Já fizemos até um logotipo novo, que pode ser visto na nossa página no Palco MP3.

É aí que você me pergunta: mas e a sigla? Não era "A Band With No Name"? Bem, era, mas a gente mesmo já tinha parado de utilizá-la há muito tempo. ABUNN vem à tona como um nome desprovido de qualquer significado aparente. Ou, sei lá, talvez "A Band Under New Name"? Quem inventar uma sigla melhor ganha um prêmio.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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