A história da M8
Parte I - O dia em que nos desbarataram
Seis anos. É engraçado, a gente falava de um encontro de 10 anos da M8, e parecia um troço incrivelmente distante. Mas vejam só, já se passaram seis. Nesse meio tempo, a excursão pra Itamarandiba superou a de Diamantina, e as bagunças no terceiro ano ganham, de longe, daquelas feitas na oitava série. Mas a M8, junto com tudo o que ela lembra - cantorias em Diamantina, show do Cainágua & Sainadando, Ninja Corporation, participações em programas de TV -, essa mantém sua atmosfera mitológica, nostálgica.
Muita coisa aconteceu desde 1999. A Gabi não tá mais entre a gente. A professora Célia teve um derrame e perdeu a memória, mas depois se recuperou e narrou às turmas mais jovens, logo ela, algumas de nossas peripécias. Bruno Pirolli está barbudo e cabeludo, com cara de irlandês beberrão. Rafael Tadeu também está quase irreconhecível com aquele cabelo. Felipe Tartaglia mudou-se pra Varginha, voltou pra Beagá, e agora, se não me falha a memória, foi parar em Viçosa. Alguns eu vejo sempre, uns apenas sei do paradeiro, outros nem essa informação eu tenho, mas de vez em quando um ou outro aparece no Orkut, como o Saulo.
A história toda começou por causa da Segunda Guerra Mundial. Mais especificamente, por causa de uma prova de História sobre ela. Grande parte da turma tinha perdido média e nossa professora, Célia, pediu que todos trouxéssemos a prova com o autógrafo dos pais, na semana seguinte. Claro que, na segunda-feira, nada de assinaturas. E todo mundo ainda alegou que ela não tinha falado nada daquilo. Não lembro se era blefe ou se realmente não tínhamos processado a informação. Mas, naquele 4 de outubro de 1999, a sala inteira confirmou.
A sala inteira, exceto uma colega nossa, a Daniele, que tinha levado a prova assinada e, ingenuamente, mostrou à professora.
Ela ficou possessa:
- Tão vendo?! Essa menina desbaratou a máfia de vocês! Cês são tudo uma máfia!!
A intenção da professora era ofender, mas aquilo, pra meninos de 14 anos, tornou-se motivo de orgulho. Tanto que, no horário seguinte, outro colega nosso, o Rodney, colou na parede uma folha de caderno onde se lia: “Máfia 801”. Pior foi o Antônio, que, achando que era uma referência à torcida organizada cruzeirense, não deixou por menos e colou outra folha onde escreveu: “Galo 801”.
Mas talvez tivéssemos esquecido esse negócio de máfia se, no dia seguinte, os dois primeiros horários não fossem de Geografia, e se justamente naquela ocasião a professora não tivesse faltado à aula.
Continua...
Seis anos. É engraçado, a gente falava de um encontro de 10 anos da M8, e parecia um troço incrivelmente distante. Mas vejam só, já se passaram seis. Nesse meio tempo, a excursão pra Itamarandiba superou a de Diamantina, e as bagunças no terceiro ano ganham, de longe, daquelas feitas na oitava série. Mas a M8, junto com tudo o que ela lembra - cantorias em Diamantina, show do Cainágua & Sainadando, Ninja Corporation, participações em programas de TV -, essa mantém sua atmosfera mitológica, nostálgica.
Muita coisa aconteceu desde 1999. A Gabi não tá mais entre a gente. A professora Célia teve um derrame e perdeu a memória, mas depois se recuperou e narrou às turmas mais jovens, logo ela, algumas de nossas peripécias. Bruno Pirolli está barbudo e cabeludo, com cara de irlandês beberrão. Rafael Tadeu também está quase irreconhecível com aquele cabelo. Felipe Tartaglia mudou-se pra Varginha, voltou pra Beagá, e agora, se não me falha a memória, foi parar em Viçosa. Alguns eu vejo sempre, uns apenas sei do paradeiro, outros nem essa informação eu tenho, mas de vez em quando um ou outro aparece no Orkut, como o Saulo.
A história toda começou por causa da Segunda Guerra Mundial. Mais especificamente, por causa de uma prova de História sobre ela. Grande parte da turma tinha perdido média e nossa professora, Célia, pediu que todos trouxéssemos a prova com o autógrafo dos pais, na semana seguinte. Claro que, na segunda-feira, nada de assinaturas. E todo mundo ainda alegou que ela não tinha falado nada daquilo. Não lembro se era blefe ou se realmente não tínhamos processado a informação. Mas, naquele 4 de outubro de 1999, a sala inteira confirmou.
A sala inteira, exceto uma colega nossa, a Daniele, que tinha levado a prova assinada e, ingenuamente, mostrou à professora.
Ela ficou possessa:
- Tão vendo?! Essa menina desbaratou a máfia de vocês! Cês são tudo uma máfia!!
A intenção da professora era ofender, mas aquilo, pra meninos de 14 anos, tornou-se motivo de orgulho. Tanto que, no horário seguinte, outro colega nosso, o Rodney, colou na parede uma folha de caderno onde se lia: “Máfia 801”. Pior foi o Antônio, que, achando que era uma referência à torcida organizada cruzeirense, não deixou por menos e colou outra folha onde escreveu: “Galo 801”.
Mas talvez tivéssemos esquecido esse negócio de máfia se, no dia seguinte, os dois primeiros horários não fossem de Geografia, e se justamente naquela ocasião a professora não tivesse faltado à aula.
Continua...
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