Anotações sortidas aeroportuárias
Guarulhos, 9 de setembro de 2009, 4:47 pm.
Se for amarrar alguma coisa na sua mala pra ficar mais fácil de achá-la no desembarque, não escolha fitas vermelhas. Nada menos do que quatro malas pretas com fitas vermelhas apareceram na esteira antes que a minha despontasse no horizonte.
A livraria Laselva tem o nome mais apropriado possível. Lá vale a lei da natureza: quem tem mais pressa e malas maiores atropela quem só está de bobeira, tentando folhear uma revista.
Passagem trocada por milhas não dá direito a mais milhas. Parece óbvio, mas não custava perguntar, né? Pois é, perguntei e não dá mesmo não.
O tempo para percorrer a pé da Asa A à Asa D do aeroporto de Guarulhos é de 6 minutos. (Sim, eu fiquei a tarde toda sem ter muito o que fazer.)
Frankfurt, 10 de setembro de 2009, 3:38 pm.
Estou sentado no balcão de uma lanchonete chamada Collection. Não pretendia comer nem nada, mas o garçom (Herr Schlotthauen, segundo o crachá) me viu folheando o cardápio, perguntou o que eu queria e acabei pedindo um refrigerante, pra não ficar escrevendo no balcão deles de mãos abanando. De acordo com o cardápio do Collection, todos os anos 50 milhões de pessoas passam por esse aeroporto. 50 milhões de passageiros com sede, porque não vi nenhum bebedouro por aqui. Ou talvez a água da pia seja potável e eu é que não arrisquei experimentar.
Acabo de ver o Bóris Feldman entrando na Relay, livraria-revistaria aparentemente onipresente em Frankfurt (só na área do aeroporto onde estou tem umas três). Deve ter algum evento automobilístico acontecendo na cidade: até onde eu sei, ele não viria até aqui para ver só o Jaguar antigo em exposição no aeroporto, o Opel Insignia aberto para curiosos e o carro pregado no teto de cabeça pra baixo (esses germânicos são loucos).
Ao lado da Relay tem o Quicker's, onde mais cedo degustei um saboroso pão com chocolate. Daqui dá pra ver lá dentro o coração em espiral da Kibon, só que aqui se chama Langnese. É a única marca que conheço que tem um nome diferente a cada país (Streets na Austrália, Ole na Holanda, etc). No meio do saguão, 8 telões de LCD informam aos transeuntes os vôos que vêm a seguir: Estocolmo, Cracóvia, Copenhagen, Düsseldorf, Istambul, Hong Kong. A Lufthansa opera a imensa maioria deles, e conta até com uma lojinha própria aqui dentro, vendendo malas, camisas, aviõezinhos.
A fauna humana varia: muitos alemães, muitos asiáticos, um ou outro árabe barbudo de turbante, uma africana de roupa longa colorida. Mas o prêmio de melhor figurino vai para um gordinho que usava camisa vermelha e macacão azul. Olhei pra ele e comecei a rir sozinho, sem ter pra quem verbalizar a piada pronta: estou diante de ninguém menos que o Super Mario em pessoa!
Estou sentado no balcão de uma lanchonete chamada Collection. Não pretendia comer nem nada, mas o garçom (Herr Schlotthauen, segundo o crachá) me viu folheando o cardápio, perguntou o que eu queria e acabei pedindo um refrigerante, pra não ficar escrevendo no balcão deles de mãos abanando. De acordo com o cardápio do Collection, todos os anos 50 milhões de pessoas passam por esse aeroporto. 50 milhões de passageiros com sede, porque não vi nenhum bebedouro por aqui. Ou talvez a água da pia seja potável e eu é que não arrisquei experimentar.
Acabo de ver o Bóris Feldman entrando na Relay, livraria-revistaria aparentemente onipresente em Frankfurt (só na área do aeroporto onde estou tem umas três). Deve ter algum evento automobilístico acontecendo na cidade: até onde eu sei, ele não viria até aqui para ver só o Jaguar antigo em exposição no aeroporto, o Opel Insignia aberto para curiosos e o carro pregado no teto de cabeça pra baixo (esses germânicos são loucos).
Ao lado da Relay tem o Quicker's, onde mais cedo degustei um saboroso pão com chocolate. Daqui dá pra ver lá dentro o coração em espiral da Kibon, só que aqui se chama Langnese. É a única marca que conheço que tem um nome diferente a cada país (Streets na Austrália, Ole na Holanda, etc). No meio do saguão, 8 telões de LCD informam aos transeuntes os vôos que vêm a seguir: Estocolmo, Cracóvia, Copenhagen, Düsseldorf, Istambul, Hong Kong. A Lufthansa opera a imensa maioria deles, e conta até com uma lojinha própria aqui dentro, vendendo malas, camisas, aviõezinhos.
A fauna humana varia: muitos alemães, muitos asiáticos, um ou outro árabe barbudo de turbante, uma africana de roupa longa colorida. Mas o prêmio de melhor figurino vai para um gordinho que usava camisa vermelha e macacão azul. Olhei pra ele e comecei a rir sozinho, sem ter pra quem verbalizar a piada pronta: estou diante de ninguém menos que o Super Mario em pessoa!
Publicado originalmente no Boca de Gafanhoto
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