16/09/2009

Propaganda é isso aí

 

E ontem, que eu tava tomando uma cerveja (Beijing Beer, 500ml por R$1,34) com um pessoal da Alemanha, e uma chinesinha nos abordou para participarmos de um comercial? Ela disse que precisavam de estrangeiros para um anúncio de roupas e que nos encaixávamos bem no que eles queriam. Levaram a gente para um espaço aberto atrás do bar e um chinês tirou algumas fotos: de frente, de costas, de perfil. A única palavra em inglês que ele falava era "smile". Fiquei me sentindo o Bill Murray em "Encontros e Desencontros", fazendo propaganda de uísque ("For relaxing times, make it a Suntory time") com um diretor que não falava lhufas de inglês. Depois, o chinês pegou a filmadora e gravou um vídeo no qual eu dizia meu nome, minha idade e de onde eu vinha. A palavra "Brazil" não despertou reação, mas aí emendei o seu correspondente em mandarim – Bāxī – e ele ficou satisfeito: "Ah, Bāxī!". Ainda falta o diretor do comercial analisar as fotos e aprovar, mas se der certo eu já tenho trabalho para o dia 4 de outubro, ganhando um cachê de 500 yuans e a glória de aparecer na televisão chinesa. Pelo visto, os padrões estéticos chineses não são lá muito altos. 

(Na foto: vista da janela do meu quarto. Os guarda-sóis azuis são do bar onde eu estava.)


Publicado originalmente no Boca de Gafanhoto

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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