21/09/2005

Moça, olha só



Entrevistados fazendo papel de ridículos ganham fama rápido na Internet. Vide Ruth Lemos e seu sanduíche-íche com cálidad dividivide. Vide Severino Cavalcanti e seu... seu... o quê mesmo, hein?. Mas por que só políticos e nutricionistas têm seu papelão divulgado pelo mundo, se existem tantos jornalistas por aí igualmente pascácios?

É o caso dessa repórter brasiliense chamada Fernanda Galvão, que fez uma entrevista com o Los Hermanos em 2003, ao vivo na Globo, na época do lançamento do Ventura. O vídeo, que descobri numa comunidade qualquer no orkut, está disponível neste endereço e tem pouco mais de um mega e meio. Difícil é escolher, em seus dois minutos, o melhor momento. Estou entre:

1) Fernanda apresentando a banda: "Com sete anos de carreira, a banda carioca Los Hermanos já tem um currículo de peso. Parcerias com Caetano Veloso, Elis Regina...". Elis morreu em 1982, faça as contas. Os dois vocalistas da banda trocam sorrisos e olhares, incrédulos. O tecladista se curva pra frente, com cara de hã?

2) Fernanda apresentando os integrantes: "O grupo é formado por Marcelo Campelo, guitarra e voz...". Marcelo Camelo olha feio pra moça. Rodrigo Amarante, ao seu lado, se diverte horrores.

3) Fernanda inicia sua entrevista, toda piadista: "Todo mundo de barba... pra fazer parte da banda tem que ter barba?". Os integrantes sentem-se pouco à vontade. Marcelo Camelo, na condição de frontman, é obrigado a responder: "Não, não é pré-requisito não...". "Então é coincidência, mesmo...", diz a repórter, resignada, quase constrangida. A piada não tem seguimento e ela passa pra próxima pergunta.

4) Fernanda quer saber a origem do nome do disco. "Ventura significa o quê?". Amarante responde prolixamente, inventa significados, enrola e enche lingüiça. "Bom, ventura significa acaso. Mas significa sorte também. Porque a palavra sorte, ela... quer dizer acaso. (...) Então, essa é uma palavra que tem esse significado amplo, que, na síntese, pode significar que, pra se ter fortuna, é preciso correr algum risco". O baterista Rodrigo Barba, ao seu lado, segura pra não rir.

5) Fernanda perguntando sobre as passagens da banda por Brasília: "Como é essa relação com o público, foram bons os shows anteriores?". Amarante não perde o momento: "Foram muito bons, não foram... Campelo?".

Fernanda Galvão termina agradecendo a banda pela entrevista. Obrigado a você, Fernanda.

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Lucas Paio já foi campeão mineiro de aviões de papel, tocou teclado em uma banda cover de Bon Jovi, vestiu-se de ET e ninja num programa de tevê, usou nariz de palhaço no trânsito, comeu gafanhotos na China, foi um rebelde do Distrito 8 no último Jogos Vorazes e um dia já soube o nome de todas as cidades do Acre de cor, mas essas coisas a gente esquece com a idade.

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